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DUAS FONTES
Podemos dizer que existem duas fontes de pensamentos, que surgem nas
mentes dos encarnados e desencarnados. Uma aparece nos horizontes das
nossas mentes, outros, nos são sugeridos por Espíritos com os quais nos
afinizamos.
Muitas pessoas acham que temos pensamentos contínuos, mas se enganam. Há
intervalos entre um pensamento e outro, distâncias essas onde podem
aparecer pensamentos que nos são enviados, se misturando com os nossos. Os
pensamentos têm, em geral, intervalos, que se apresentam muitas vezes
extensos, na capacidade do Espírito - encarnado ou desencarnado - de
pensar. É nesses intervalos que notamos a inconsciência da alma, que não
sabe o que se passa e o que Espíritos malfeitores agem como inimigos,
principalmente quando encontram afinidade de sentimentos.
Quanto mais o Espírito evolui, mais os intervalos de pensamentos diminuem.
Pensamento contínuo, somente os altos Espíritos que estão ligados à
verdade o têm.
Necessário se faz que tenhamos muito cuidado para conhecermos os
pensamentos alheios que chegam a nós. Se, porventura, forem pensamentos
superiores, devemos acatá-los e exercitá-los na função do bem e da
caridade. Se forem pensamentos negativos, devemos esquecê-los. Isso
acontece todos os dias. A própria obsessão não passa dessa arte dos
Espíritos inimigos ou brincalhões, que se aproximam dos seres encarnados.
Convém estudar com atenção os livros que se referem a esse assunto, para
encontrar sempre soluções para desarticular idéias que são sugeridas e que
não têm condições de elevar ninguém ao encontro da paz espiritual.
Todos os pensamentos exteriores chegam à mente pela força da semelhança,
por atração dos iguais, e é por isso que muitas vezes não se pode
distinguir os sugeridos dos próprios, por se estar acostumado a pensar
daquela forma. Devemos orar e vigiar neste campo mental a que nos
referimos. Todo cuidado é pouco, para não cairmos em novas tentações.
Aqui estamos nos referindo somente às sugestões dos Espíritos
desencarnados, muito comum na vida cotidiana, mas existem igualmente as
sugestões dos encarnados, que são bastante fortes, principalmente quando
se conversa com eles. As idéias passam para outro cérebro pelos canais do
verbo, interferindo na própria vida. Deve-se, por isso, ter um bom senso
ativo, para selecionar o que se ouve e os gestos daqueles com quem se
conversa.
Há, ainda mais, nos meios de comunicações, quais sejam: o rádio, a
televisão, jornais e revistas, linhas de conversações que podem ser
incorporadas aos pensamentos como influências perigosas. Vivemos em um
mundo de sugestões, onde a oração e a vigilância não devem faltar para que
possamos ter um amparo e sair ilesos das provocações de todos os dias.
A influência dos Espíritos na mente encarnada é muito maior do que se
pensa, assim como existem influências das idéias dos encarnados sobre a
mente dos desencarnados, conforme a ligação e a escala a que pertencem, um
e outro. Jesus era profundo conhecedor disso, e para tanto nos deixou o
Evangelho, nos sugerindo as defesas de que precisamos para a nossa
verdadeira paz de coração e de consciência.
Compete a nós outros cuidar de nós mesmos em todas as situações em que nos
encontremos, que a ajuda do mais alto não faltará entre os nossos esforços
de cada dia. Quem amestrar seus impulsos para a santificação da vida, para
a pureza dos pensamentos, certamente que receberá pensamentos exteriores
com a mesma dinâmica de entendimento, e passará a ser instrumento da
verdade e do amor, na função bendita da caridade.
A natureza não pode isolar as mentes da comunicação de uns para com os
outros, pois isso é vida gerando vidas, isso é paz gerando paz, isso é
compreensão gerando compreensão, isso é saber gerando sabedoria. O que
devemos fazer é cuidar sempre dos ataques do que for mal e nos afinizar
sempre com o bem, no sentido de sermos ajudados pela lei dos afins.
Deixemos as fontes gerarem os pensamentos. Se confiamos nos nossos, os
outros que irão nos sugerir não podem ser de outra constituição. Vamos
pedir a Deus para que possamos pensar e sentir a vida com Jesus, filtrando
as idéias que vêm de fora, por sermos nós geradores de louváveis
pensamentos de amor.
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