FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME X

 

Questão 463 comentada

CAPÍTULO 04

0463/LE

NATUREZA DO PRIMEIRO IMPULSO

 

Nem sempre os primeiros impulsos são os certos. Todos os pensamentos que surgirem em nossa mente carecem de análise, de modo a saber de onde eles vêm e quais são as suas induções espirituais. Se o primeiro impulso mental for de amor e de caridade, de paz e de honestidade, certamente que devemos alimentá-lo, todavia, se ele for voltado para o mal, em várias insinuações de tal diretiva, convém expulsá-lo do convívio da mente, enquanto é tempo, para que não faça parte da nossa vida.

Estamos no meio de ondas mentais diversas, mas atraímos o que somos. Se existem em nós motivos para escândalos, pensamentos afins aproximar-se-ão dos nossos intervalos mentais, a nos inspirar sobre o que existe convivendo conosco. Novamente repetimos as palavras do Evangelho: precisamos “vigiar e orar” constantemente acerca das nossas intenções e sugestões. Eis porque Deus colocou o trabalho em nossos caminhos; a atenção no labor nos desvia de muitos males, que vêm em nossa direção.

Já analisaste quantos pensamentos negativos se aninham em tua cabeça todos os dias? São nuvens deles, e muitos vêm de fora, pela afinidade que encontram dentro de ti. Eles são quais os animais que se alimentam de capim: quando encontram uma invernada rica em alimento, às vezes quebram a cerca e não desejam sair mais enquanto existe alimento farto. Não deves servir repasto a essas idéias, para que elas não se enraízem em teu mundo íntimo, criando problemas para o teu coração. É nesse sentido que a Doutrina Espírita reclama do profitente o conhecimento e a prática da caridade. A caridade faz ambiente de luz, de sorte que os maus pensamentos não encontrem ambiente para morar na cidade da mente.

O homem, para alcançar a nobreza de caráter, precisa despertar valores espirituais no seu mundo interno, passar a vivê-los todos os dias. Aí o policiamento contra as trevas é seguro, porque onde existe a verdade, não se fala em mentira; onde se fala em fraternidade, não se pensa em egoísmo; onde se fala em perdão, não se fala em violência; onde se fala em amor, esquecem-se completamente todas as ilusões e paixões terrenas.

O Espírito se torna livre, ganhando a vida com mais fulgor, por trilhar os caminhos da felicidade. Se queres ser feliz, analisa os primeiros e últimos impulsos. Se eles estiverem na sintonia do Cristo, todos são bons, se não, merecem reparo, e deves ficar à espera de novas idéias, para novas seleções. É fácil para o cristão compreender as necessidades da alma, no que se refere ao Evangelho de Jesus. Ele nos guia e nos dá a entender o de que mais precisamos para viver bem.

A alma deve aprender a orar e a vigiar, de maneira que não caia em novas tentações, pelos pensamentos que viajam nos espaços, procurando casa para morar. Cada mente é uma casa. Cuidemos da nossa, de maneira que ela possa viver bem arejada, vibrando no bem e perfumada de amor, mostrando Deus e Cristo em todas as Suas expressões.

Não deves ser influenciado pelos primeiros pensamentos que surgirem na tua cabeça. Analisa de onde eles procedem. Para isso é que tens a razão. Deves mostrar o que aprendeste no correr dos anos, sobre a tua mente, os teus pensamentos, as tuas idéias, valorizando o que tens, para que Cristo te recompense pelo que és.

 

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