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DISTINÇÃO DOS PENSAMENTOS
Devemos analisar o que nos é sugerido, para que possamos saber de onde
partem os pensamentos que chegam à nossa casa mental. É fácil distinguir
os pensamentos bons dos maus, bastando um pouco de razão, para que
possamos entender. No entanto, se estamos acostumados às coisas vãs,
percebemos que os pensamentos são inferiores, mas a ligação deles com os
nossos escapa à vigilância, de modo que eles nos dominam os sentimentos.
O condicionamento é um fato; se nos acostumamos a fazer o bem, a
disciplinar a nossa mente, os pensamentos inferiores não acham guarida no
nosso campo mental. Eles sempre investirão contra nosso caráter, porém,
não achando sintonia, se desfazem e procuram outra moradia onde se
instalam, por terem encontrado seus iguais.
Já falamos muitas vezes que os nossos pensamentos não são contínuos;
atuam, mais ou menos de acordo com a escala evolutiva a que pertencemos. E
sendo assim, eles têm intervalos, e é nesses intervalos que nos são
sugeridas muitas idéias que se consorciam com as nossas. Se os bons
Espíritos só bons conselhos sugerem, cabe a nós outros, onde estivermos,
analisarmos os pensamentos que despontam na nossa casa mental e aceitá-los
ou rejeitá-los.
As palavras que vêm nos são inspiradas, e, se são boas colaboram com a
nossa grandeza, com o nosso crescimento espiritual. Vejamos o que diz
Paulo a Timóteo, na sua segunda carta àquele companheiro: Mantém o padrão
das sãs palavras que de mim ouviste com a fé e com o amor que há em Cristo
Jesus. Devemos observar se são sãs as palavras que ouvimos; se forem, elas
estão ligadas em Jesus, por serem da ordem do amor universal. É o
que devemos fazer com os nossos irmãos em caminho, não perdermos tempo,
mas trabalhar com as palavras elevadas para despertar elevação nos que
ouvem, como sendo um trabalho de luz, na iluminação das criaturas que se
encontram em dificuldades de se desembaraçar dos liames inferiores das
trevas e das ilusões.
Devemos pensar com ordem, falar com harmonia e escrever na justa posição
dos sábios, para que possamos ajudar melhor e servir com mais eficiência.
O estudante das verdades espirituais deve observar seus próprios
pensamentos. Em muitos casos, precisa verificar se pensa automaticamente,
sem levar as idéias ao crivo da razão, pois nesse automatismo pode o homem
sofrer duras conseqüências das suas idéias indesejadas. Deve compreender
que tudo na vida deve ser vigiado, para que não cresçam em nós as
tentações. Pensemos bem no que vamos falar a alguém. As palavras, são de
luz e podem levantar caídos, fazer andar os paralíticos e aumentar a
esperança nos sofredores de toda ordem.
Deves saber que os caídos mais difíceis de levantar são aqueles que se
consideram inúteis à sociedade; os mais arruinados pela paralisia são os
que esmorecem no trabalho do bem, e os maiores sofredores são os que
ignoram as leis de Deus. Vê bem o quanto podes fazer por eles, por esses
companheiros que se encontram na retaguarda, pedindo ajuda e consolo.
Quando começares a perceber maus pensamentos em tua cabeça, não deves orar
para expulsar os que estão emitindo as idéias maléficas; ora por eles e
passa, daquela hora em diante, a desejar e a fazer o bem a eles. Desta
forma, estás cooperando para as mudanças de idéias dos que pensam
desordenadamente. Em muitos casos, inimigos invisíveis passam a ser
companheiros de jornada, no grande amor que transforma e que eleva.
O melhor meio de ajudar a quem não sabe pensar é dar-lhe o exemplo das
qualidades nobres, pela vivência dia-a-dia.
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