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POSSESSÃO
Quando julgamos que uma pessoa se encontra possessa é devido a uma junção
das almas em torno do corpo físico, pela força do mau entendimento das
leis espirituais, que regem e sustentam a própria vida. Entende-se a
extensão da ignorância do desencarnado, que pretende - e muitas vezes o
consegue - subjugar o encarnado aos seus caprichos, pela sua presença
irradiando ódio, pretendendo, na maioria dos casos, fazer justiça.
Foi para resolver este e outros problemas que o Mestre deu grande ênfase
ao perdão e estimulou o esquecimento das faltas, procurando abrir caminho
para o amor, dentro da mais pura fraternidade. O conceito de amor com o
Cristo cresce na vertical para Deus, desfaz todas as barreiras que a
violência edificou, faz desaparecer o orgulho e o egoísmo.
A Doutrina dos Espíritos surgiu por misericórdia de Deus, pelos canais de
Nosso Senhor Jesus Cristo, objetivando levar o homem a entender o
Evangelho na sua pureza primitiva, facilitando a sua vivência pelos homens
que desejam conhecer a verdade e ser por ela libertados.
A possessão é trabalho de muito tempo que os Espíritos das trevas armam
contra quem se encontra nas suas faixas de paixões inferiores. Para se
livrar desse turvamento mental, de quase inconsciência, o homem deve
trabalhar na pureza de seus sentimentos, para clarear as suas idéias, e
modificar a sua vida, copiando, diariamente, a vida de Jesus. Ele é nosso
roteiro, é a nossa vida, é a nossa verdade. Se não passarmos pelos Seus
conceitos de vida, se não respirarmos seu clima de amor, se não passarmos
a amar, dificilmente encontraremos o reino de Deus dentro de nós.
A possessão se dá quando os Espíritos malfazejos se identificam com
outros, sejam encarnados ou desencarnados, na altura de suas vivências,
criando uma verdadeira calamidade no nosso mundo interno. Por isso, embora
seja muito válido “doutrinar” certas entidades pela palavra e pelos
exemplos, somente nos livraremos de certas companhias espirituais,
consideradas por nós indesejadas, se mudarmos o nosso modo de pensar e de
viver. Se se retirar um Espírito da companhia de alguém, e esse alguém
continuar nos seus trajetos incompatíveis ao amor, a entidade pode voltar,
trazendo consigo outros Espíritos do mesmo naipe espiritual, piorando a
situação do encarnado. Somente se livra de entidades malfeitoras o homem
que sai de suas faixas, pois a lei nos diz com propriedade que os
semelhantes atraem os semelhantes.
A possessão não acontece “de um dia para o outro”; quando se faz notar, já
faz tempo que os Espíritos alimentam as mesmas idéias. Notamos,
diariamente, milhares de criaturas em perfeita simbiose de trevas com
trevas, numa troca permanente de magnetismo inferior, daí surgindo, muitas
vezes, variadas enfermidades tanto no corpo físico quanto nos corpos
espirituais que vibram com mais intensidade.
Os nossos pensamentos buscam os seus iguais onde quer que seja, enviados
pela nossa vontade; é o “Batei e abrir-se-vos-á”, é o “Buscai e achareis”.
Certamente que já nascemos no mundo dos encarnados com certas deficiências
psicossomáticas, como é o caso do sistema nervoso, que nos dias atuais, se
mostra, em quase todas as pessoas, susceptível às alterações; e é por ele
que geralmente os Espíritos inimigos se aproximam, dada a sua
sensibilidade, passando a perturbar o encarnado.
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos dá o ponto de equilibro espiritual,
através de límpida mensagem do apóstolo Paulo - “Fora da caridade não há
salvação”. É preciso, entretanto, que se entenda o que é caridade, para
consigo e para com o próximo. Devemos cuidar mais de nós mesmos, sem
deixar esses cuidados se cristalizarem em egoísmo ou exaltação da nossa
própria personalidade.
Os possessos são egoístas, por lei universal, que dá a cada um o que
procura. E nós procuramos a possessão pelos pensamentos, pelas idéias,
pelas palavras e certamente, pela vida que levamos. Se mudarmos por
dentro, a vida, por fora, copiará os nossos impulsos íntimos. O céu e o
inferno estão dentro do nosso coração. Acharemos o que procuramos, é a
afirmativa de Jesus. Despertemos para o amor, que esse amor passará a
morar em nós, para a nossa felicidade.
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