FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME X

 

Questão 475 comentada

CAPÍTULO 16

0475/LE

O PODER DA VONTADE

 

Para libertar-se da dominação de Espíritos inferiores é indispensável cortar a sintonia que temos com eles. Já dissemos muitas vezes que a obsessão, e mesmo a possessão, é processo de afinidade espiritual do obsediado com o obsessor.

O poder da vontade é válido, mas não é somente pela vontade que se pode ficar livre dos Espíritos perseguidores; a razão nos fala que devemos nos livrar desse tipo de companhia mudando o modo de pensar e, certamente, de viver. Os corvos sobrevoam onde o cheiro os atrai; as moscas procuram ambiente que lhes convém; e assim, os homens buscam sempre o ambiente da sua natureza íntima e atraímos Espíritos da nossa mesma faixa de entendimento. Deves fortalecer o poder da vontade, que é o teu dever, porém, deves usar essa vontade forte para o aperfeiçoamento das qualidades espirituais que carregas no coração.

Existem vários tipos de Espíritos; os dominadores são os piores, pois eles emitem forças negativas para nos dominar, de acordo com as suas idéias de escravidão. Compete-nos reagir com as nossas forças igualmente, mas, também nos esforçando para sair da dependência, e isso se opera com a nessa renovação espiritual, modificando as nossas atitudes, a nossa vida.

Pureza mental não é fácil de conquistarmos, todavia, nunca é impossível. Depois que passarmos ao domínio de nós mesmos, nunca mais voltaremos atrás, porque a vida é crescente, buscando o infinito. A nossa alegria é que a felicidade existe e todos poderemos encontrá-la, ficando com ela eternamente, quando a vida se constituirá em um verdadeiro condicionamento de firmeza de princípios, que encontrará afinidade em nosso mundo interior, espraiando-se em toda a extensão infinita interna, acendendo luzes e edificando o amor nas linhas da fraternidade. Se te modificares e te integrares com a caridade, é certo que somente Espíritos da mesma índole aproximar-se-ão do teu coração.

A religião menos procurada no mundo terreno é a mais perfeita: a religião do amor. Ela pode tomar muitos nomes, mas é sempre a mesma, é o sol da Divindade saída dos lábios de Jesus. A Terra, antes de Cristo, conhecia o nome amor, mas, fazia dele um processo de interesse próprio. Depois do Mestre, esse amor tornou-se um brilhante, transmutando-se em todas as virtudes do bem, capaz de levar as criaturas para a verdadeira paz íntima. O amor é a maior expressão de Deus por onde ele vibre.

Desenvolve o poder da vontade, mas saibas usar esse poder da tua mente, colocando os teus sentimentos a serviço da dama mais iluminada da Terra: a caridade, com as suas divisões benfeitoras e fiéis à fraternidade. Tudo que fizeres, faze-o com amor. Ele sempre dá um toque de luz nos impulsos da vida, libertando-te de todas as injúrias que venhas a encontrar nos caminhos do despertamento espiritual.

Para nos livrarmos das más companhias, necessário se faz criemos ambiente para que os bons companheiros possam encontrar em nós afinidades onde vibram seus corações. Meditemos em Jesus, de modo que a Sua presença em nós faça renovar nossos sentimentos, nos indicando o que devemos fazer da vida. A possessão não nos domina completamente; e ficando um resto de luz nas idéias, podemos fazer dela um caminho para o arrependimento.

Busquemos o Evangelho, para que ele possa nos induzir à renovação da vida no coração da própria vida. Jesus nunca fica longe dos Seus tutelados. Ele está estendendo Suas mãos, permanentemente, em procura das nossas. Aceitemos o Seu chamado.

 

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