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A EXPULSÃO DOS DEMÔNIOS
Sendo os “demônios” nossos irmãos, por que expulsá-los, sem dar-lhes, em
primeiro lugar, o nosso amor? Onde estaria a caridade que tanto aprendemos
com Jesus? Os demônios são considerados, notadamente, os Espíritos
ignorantes, da lei de amor. Eles precisam conhecer esse amor que os
tornará bons, pela natureza da verdadeira bondade.
Expulsar para onde? Eles, quando se juntam a determinada pessoa, o fazem
por lei de afinidade. Nesse caso, esta pessoa deveria acompanhá-los, para
onde deseja que eles vão, se os expulsa. A Doutrina dos Espíritos nos
ensina que devemos tratar o doente, seja qual for a enfermidade, pelas
causas que a geraram, e não pelos seus efeitos. Se a causa da obsessão é a
enfermidade moral da criatura, para expulsá-los basta curar primeiro a
criatura, trabalhar nas mudanças dos pensamentos e das ações que têm o
poder de gerar ambiente de atração de Espíritos do mesmo sentimento.
Convém entender esta lei, para ficarmos livres daquilo que não desejamos.
A oração mais forte, pela qual logo seremos atendidos, é a prece da vida
que levamos. Se pensamos de uma forma, esse pensamento é uma súplica, e é
por ele que se aproximam de nós os nossos iguais. É lei de justiça. Para
ficar livre de todas as espécies de “demônios”, basta harmonizar a mente
com a mente de Jesus. Pode ser que no início não se alcance tanta harmonia
quanto a do Cristo, mas o importante é começar, que é neste começo que o
Senhor passa a ajudar, e se houver continuidade no esforço para melhorar,
as mãos invisíveis trabalharão em nosso socorro com a mesma insistência
que aplicamos em nosso caminho. Devemos cuidar de nós mesmos, em todas as
oportunidades. Sem preparo, como ajudar aos outros?
A expulsão de demônios, mencionada no Evangelho, foi por demais
generalizada, colocando todo desequilíbrio como sendo influência de
Espíritos inferiores, e a Reforma pegou ao pé da letra muitos dos
ensinamentos, sem compreender a essência espiritual. Vê bem o que Jesus
sempre, ou quase sempre, dizia com o doente que Ele curava: -“Vai e não
peques mais”, mostrando que toda enfermidade tinha princípio nas faltas
cometidas. Ainda hoje está plenamente atualizada a palavra do Mestre, e
principalmente as interpretações dadas pela Doutrina dos Espíritos.
Reformando-se a mente, o modo de pensar e de agir, educando-se as
palavras, vai limpando o carma, porque ele é efeito das desarmonias da
alma. É o que já falamos muitas vezes em diversas mensagens: melhorando
por dentro, tudo por fora melhora. Quem deseja se certificar dessa
verdade, pode experimentar o que dizemos. Toda semente que semeamos em
terra boa, cresce e dá frutos, pelo mesmo valor que a intimidade dela
carrega. Muitas religiões e filosofias combateram ferozmente a Doutrina
dos Espíritos; hoje abrandaram depois que passaram a conhecer os
fundamentos do Espiritismo com Jesus, porque o bem é imortal, é como o sol
que não se apaga. Ele é alimento em forma de luz, para bons e maus, para
justos e injustos, por ter nascido do amor.
Se queres chamar a enfermidade de demônio, que chames; se queres chamar os
Espíritos de demônios que o faças; mas verdade é que essas coisas ou
Espíritos se encontram ligadas aos homens, e mesmo aos Espíritos, por
afinidade espiritual. Os desejos são atrações fortes, atraindo tudo que
vibra na sua faixa. Se és alegre, a alegria vem ao teu encontro, da
maneira que pensas que ela é boa para ti. Assim o amor, assim a
fraternidade e os outros sentimentos.
Não deves pensar em expulsar os demônios, mas em ajudá-los na sua
educação, para que se tornem anjos. Esse é o trabalho que alegra Jesus.
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