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A CAUSA DA INSENSIBILIDADE
A causa da insensibilidade física mais profunda, observada em certos
convulsionários, é a fé. Ela isola perfeitamente toda a dor, todo o
constrangimento, todo o estado deprimente que nos faz consumir as
oportunidades de vida na carne. A fé abre caminhos para as grandes
esperanças na pátria espiritual. A fé, verdadeiramente, é mãe da esperança
e filha da caridade.
Existem muitos meios pelos quais poderemos isolar a dor, tirando
completamente a atenção do lugar enfermo. Os soldados em batalha, por
exemplo, somente vão sentir a dor, quando feridos, depois de algum tempo,
porque, no momento, no front, a sua atenção está voltada para o combate e
a defesa. Nos circos romanos, na época de Jesus, a fé isolava totalmente a
dor dos cristãos torturados. O importante é, pois, o ponto de apoio e
força onde a criatura busca a serenidade no sacrifício.
Quando a fé faz parte da nossa vida, podemos canalizá-la para outrem,
projetando e alimentando no seu íntimo a esperança e a alegria em qualquer
estado em que se encontre sua alma. O próprio Jesus chegou a dizer muitas
vezes: “A tua fé te curou”. Isso é grandioso para os que têm confiança em
Deus e em si mesmo. Com a fé, são incontáveis os caminhos pelos quais
podemos penetrar na insensibilidade perante a dor que nos castigue, nos
momentos mais difíceis.
O magnetizador provoca a insensibilidade no sensitivo, mas só quando há
sintonia, afinidade entre eles. Porém, tudo isso nasce da fé, porque o
magnetizado tem fé no magnetizador e nas correntes da fé passa uma força
que obedece ao que comanda, em conexão com o comandado, e o resultado, se
esse for o caso, é a insensibilidade que se mostra em várias funções ou
graus que o magnetizador queira levar.
Poderemos desenvolver esse assunto de muitos modos, para maior
compreensão. As palavras que chegam aos nossos ouvidos são forças que
passam a nos magnetizar e, conforme a fonte, pode mais ou menos nos
influenciar. Primeiramente, influenciam-nos as palavras dos pais, dos
professores e dos nossos amigos, dos que nós obedecemos, e dos próprios
filhos, dos que nos tratam das enfermidades e, principalmente, dos
Espíritos. As influências se estendem ao infinito, e as pessoas de maior
autoridade moral nos sugestionam mais profundamente, como também aos
nossos inimigos, encarnados e desencarnados. Vivemos em um mundo de
influências, como também influenciamos em todos os rumos.
O próprio fanatismo exerce uma influência muito grande, mas perigosa. O
fanático entrega a vida ao sacrifício pelas idéias que alimenta. Isto é
comprovado em todos os setores da vida. O fanatismo nasce de onde? Da fé
cega, que foge à razão em Jesus.
Há, ainda, a insensibilidade provocada pelos Espíritos, tanto superiores
quanto inferiores; tudo depende da sintonia, das almas às quais estamos
ligados por semelhança de idéias. Quando as criaturas conhecerem mais a
verdade e ela passar a comandar a sua vida, dar-se-á o nascimento da
libertação, de modo que a fé cega cederá lugar à fé raciocinada. Com a
evolução espiritual, a própria fé raciocinada entregará o bastão à fé
intuitiva, que nunca deixará errar o caminho para a felicidade da. alma,
porque essa se encontrará na pureza da vida que desconhece mácula.
Deves ser insensível ao mal de todos os tipos, mas ser muito sensível ao
bem que tem vida eterna, na eternidade de Deus. Estamos em um período de
muito estudo, por nos faltarem conhecimentos espirituais sobre a ciência
da vida. Ainda nos debatemos nas trevas da ignorância e a nossa
sensibilidade está como radar espiritual que somente capta ondas
negativas. Se fizermos uma soma de pensamentos e idéias que guardamos na
consciência, certificar-nos-emos de que quase todas elas são de ordem
inferior, mas com o poder de Deus, nas linhas de Jesus, canal divino do
mesmo Senhor, começamos a mudar o nosso modo de pensar e sentir a vida,
encontrando o céu mais perto do que julgávamos, na cidade do coração.
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