FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME X

 

Questão 496 comentada

CAPÍTULO 37

0496/LE

NÃO EXISTE ABANDONO

 

Na grande lei de amor universal não existe abandono; Deus é Onisciente e sabe antecipadamente tudo que pode acontecer e tudo fez e faz dentro desse conhecimento. Tudo se encontra em um processo de despertamento espiritual, no trabalho sagrado de elevar as criaturas para a vida maior, de onde vieram.

Os bons Espíritos nunca fazem mal a ninguém, por vivenciarem o amor, e já terem aprendido, nas caminhadas percorridas, que somente o amor salva e traz felicidade. Deus, o Supremo Criador de todas as coisas, não abandona Seus filhos, e a prova mais evidente deste fato se encontra nos sentimentos dos pais na Terra, principalmente nas mães. Quando alguma abandona seu filho, é porque está doente, carecendo de ser amada igualmente.

O amor é força que unifica. Os sofrimentos não são tão maus como se costuma dizer. Se Deus permite que haja sofrimento, é porque ele tem algum valor no despertamento das criaturas. São processos por que todos passam, e é por isso que os benfeitores têm muita paciência com os seus tutelados; eles já passaram pelos mesmos caminhos. Qual o Espírito que cumpriu sua jornada desde o seu primitivismo até o reino angélico, cumprindo retamente todas as leis da vida? Se todos temos os mesmos direitos e deveres, se somos filhos de Deus, criados iguais, o processo é o mesmo para todas as criaturas.

Sofrimentos de todos os tipos, aos olhos do Mais Alto, são meios, escolas que nos levam à felicidade, desde quando eles venham a nós na naturalidade da lei, e não na inventiva dos homens para andarem mais depressa na escala da vida espiritual.

Não existe abandono para qualquer pessoa e para nada que existe no universo; a proteção se encontra lado a lado para tudo e para todos, desde o vírus até o mundo angélico. Essa, para Deus, é a lei maior do amor.

Quem compreende o que é a vida não busca sofrimento, mas tira dele, quando vem ao seu encontro, mais vida, mais conhecimento e até mais amor a todas as criaturas.

Quando o tutelado é rebelde, o seu protetor silencia um pouco, e os Espíritos inferiores o atendem de acordo com os seus sentimentos, e é por intermédio dessa baixa vibração espiritual que os sentimentos se unem na procura dos iguais. Logo que o encarnado volta a ter saudade da luz e a sua consciência a faz procurar, eis que o anjo guardião bate à porta do seu coração e é atendido pela necessidade de paz, aquela paz que Jesus ensinou que o mundo não nos pode dar.

Tornamos a dizer que não deves abandonar os conselhos que vêm pelos fios dos pensamentos; ora em busca do teu anjo da guarda que ele te atenderá com todo o carinho, na manifestação do amor que tem com abundância. Notamos, todos os dias, grandes Espíritos desenvolvendo muito esforço para se comunicarem com os seus tutelados, a fim de lhes mostrarem caminhos que os levem à paz de consciência. E quanto mais se esforçam, mais a sua luz aumenta, mais adquirem experiência junto aos homens, sendo que algum dia pertenceu também a essa raça.

Tem essa esperança no coração e alimenta-a para sempre: não existe abandono; mas, esforça-te para adquirir as companhias mais convenientes.

 

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