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CONTINUIDADE DA TUTELA
Um pai desencarnado não pode ser um protetor do filho, porque esse ao
nascer já tem o seu guia espiritual, contudo, pode ser auxiliar,
recebendo ordens de ajudar ao protetor do mesmo, desde quando não se
exceda pelos impulsos de amor à família. Quase todas as mães, quando
desencarnam, são retiradas para colônias e escolas onde deverão aprender a
cultivar o amor universal, para não verem somente as necessidades da sua
família que ficou nas lutas do mundo. Se depois do túmulo deve-se instruir
sobre a necessidade do desapego grupal é bom que se comece, no corpo de
carne, esse aprendizado. A necessidade de espiritualização da humanidade é
grande, e a Doutrina Espírita, neste campo, é uma universidade para os que
já se encontram com certa maturidade espiritual.
Um pai dificilmente pode ser um guia espiritual de seu filho. Envolvido na
carne, ele está sujeito a muitos erros e poderia influenciar negativamente
o seu tutelado. Se um pai quer verdadeiramente instruir e educar seus
filhos, .que o faça pela força poderosa do exemplo; quando usa somente as
palavras, existe o risco de o vento levá-las, sem o devido registro.
Se uma família é constituída de dez pessoas, são dez anjos guardiães que
ali operam. Já analisaste quantas luzes existem a favor dessa família? Se
seus membros são conscientes dessa verdade, devem aproveitá-las e orar com
elas, usando o Culto do Evangelho no lar que o amor dos dez mensageiros de
Jesus se fundirá com o sentimento de amor dos familiares, e as bênçãos de
Deus transformarão os corações que ali convivem em pessoas de paz, capazes
de ajudar melhor aos que sofrem todas as ordens de provações. Lembra-te
das famílias cristãs na época de Jesus, o quanto faziam para ajudar e
quantas transformações fizeram, quantas curas operaram em nome de Jesus,
apoiadas na conduta que a Boa Nova lhes traçou.
Certamente que é bem mais difícil a continuidade da assistência quando
encarnado, mas nunca impossível. O amor, quando é amor verdadeiro, permite
a esse pai, onde estiver ele, projetar essa força divina tanto para os
filhos quanto para toda a sua família e até mesmo para amigos ou à própria
humanidade. A Terra não passa de uma casa e a humanidade, uma família
maior.
Tanto o pai como a mãe, irmãos e amigos, depois da desencarnação, podem
continuar a velar pelos seus afins; depende do modo como pensam sobre o
que é velar, o que é proteger, o que é orientar. Se um pai ou mãe amar,
depois do túmulo, onde estiver, seja a quem for, eles estão ajudando aos
que ficaram no lar a que pertenceram, porque, como já falamos, a Terra é o
nosso lar maior, e o amor verdadeiro circula em toda ela, atingindo plagas
que por agora desconhecemos. É nesse sentido e em outros que o amor é
divino.
Quando um pai ou uma mãe fracassa no seu ideal ou não tem forças para
cumprir seus deveres, aparecem outros pais e outras mães tomando seus
lugares, por vezes até o próprio governo, abrindo escolas e lares para os
que se encontram órfãos na Terra. Deus não Se esquece de nada; Ele é Pai,
na verdadeira extensão da palavra, pois ama sem barreiras, e dá amor sem
limite a quem se encontra receptivo a esse amor.
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