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INTERESSE PELA BATALHA
O Espírito que lutou como encarnado na guerra, ao desencarnar durante a
batalha, fica mais ou menos atordoado, de acordo com a sua evolução
espiritual. O fragor da batalha lhe toma os sentidos e o prende à luta,
levando-o a se demorar naquele ambiente o quanto a sua evolução o
permitir.
É o sofrimento que o irá tirando da ignorância, levando-o à procura da
paz. A alma precisa de tempo para o seu aprendizado espiritual. Não
podemos dizer o procedimento dos Espíritos, generalizando suas idéias
depois das batalhas, porque cada um é diferente na maneira de proceder. Os
processos de educação das criaturas são diversos, na diversidade da
própria natureza.
A ignorância, movida pelo instinto, nos traz violência. A violência é
estado natural do homem ou do Espírito primitivo, e todos passam por esse
estado ligado à ignorância. É muito grande o trabalho dos benfeitores
espirituais em uma guerra. Eles redobram seus esforços para socorrer a
todos, dando a cada um segundo suas necessidades espirituais.
Convém a todos que já entendem essa operação benfeitora ajudar pela oração
os Espíritos evangélicos que socorrem os desencarnados nas guerras e nas
catástrofes, o que ocorre quase todos os dias no mundo. As mortes
violentas atordoam as almas que assim desencarnam, e as mãos benfeitoras
as assistem pela força do amor e da renúncia em favor de todas essas
criaturas de Deus. Existem muitas delas que julgam não estarem mortas, por
desencarnar sob influência do ódio. Oremos juntos, para que no amanhã o
homem não desperdice mais o tempo com lutas, intrigas e discórdia
encarniçada.
O trabalho do Cristo é maravilhoso, por ser de educação da humanidade. Ele
delegou forças aos Seus discípulos de todos os tempos para continuarem
essa operação divina de instruir os seres humanos na ciência do amor,
transformando os dez mandamentos em apenas dois, que têm a força de fazer
desaparecer as guerras fratricidas, as injúrias, a maledicência e todas as
espécies de crimes.
Muitos Espíritos, ao desencarnarem em plena batalha, passam a não se
interessar mais pela guerra, por sentirem que ela é inútil para eles,
sendo, então, recolhidos por mãos generosas às casas de recuperação
espiritual. Outros ficam envolvidos nas batalhas cada vez mais, sofrendo
todas as conseqüências que advêm da brutalidade que nasce da ignorância.
É bom que compreendamos que guerra não é somente de irmãos que matam
irmãos; ela existe em muitas dimensões, como as lutas motivadas pela
ignorância, em que o orgulho toma a dianteira, aquelas em que o egoísmo
inspira a vaidade sem comedimento, as lutas internas que sempre travamos,
para construir e destruir...
Devemos sempre lembrar Jesus, na Sua fala divina, para recompor as forças
da alma nos seus devidos lugares. Muitas vezes os que lutam em uma guerra
pensam que estão iluminados em defender suas pátrias, que a honra é um
dever que devem cumprir. Recordemos o Mestre:
Vê, pois, que a luz que há em ti não seja treva. (Lucas, 11:35)
Existem muitas ações humanas que nasceram das trevas, por faltar
conhecimento das leis universais, onde se apóiam o amor e a justiça de
Deus.
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