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APÓS A MORTE
Após a morte, muitos dos Espíritos que sucumbiram na guerra continuam em
lutas e conservam a inimizade por longo tempo. Outros, depois que se
conscientizam da sua situação, começam a sentir a realidade, vendo que
tudo não passa de ignorância, e se reposicionam intimamente orando a Deus
na sua linguagem, pedindo proteção e esclarecimento.
A diversidade é enorme, dentre todos os que sofrem nas guerras, encarnados
e desencarnados. Os próprios comandantes do "front" fratricida não têm
consciência plena do que ocorre; entretanto, nas horas de silêncio, uma
voz interna que todos conhecem os acusa, e surge no seu mundo interno a
inquietação espiritual. Esses, nunca mais voltam a guerrear como antes. O
fanatismo pela pátria, o amor por porções territoriais são substituídos
pelo amor verdadeiro, a que chamamos universal. Qual a diferença entre a
criatura de um país para outro?
Vejamos o comércio, que tem um alto sentido entre as nações: além das
trocas necessárias, começa a germinar, através dele, a semente da
fraternidade entre os homens. Ninguém pode viver separado dos outros.
Analisa as coisas, e bem assim estas próprias letras: se mantiveres a
animosidade em relação ao teu próximo, não tem sentido a mensagem que
estruturamos para a paz das criaturas.
Precisamos de harmonia para viver melhor, e não de guerras, que até hoje
somente insuflam discórdia e violência. Se o Espírito desencarna com ódio,
no mundo dos Espíritos continua odiando. A alma afeita ao roubo, continua
roubando na dimensão que lhe é própria. Assim por diante, vivemos onde se
encontram fixados os nossos pensamentos. Ao indivíduo que alimenta paixões
inferiores, a morte não irá mudar o conceito de vida. Ele, mesmo
desencarnado, continua inspirando aos que sintonizam com ele os
desregramentos brutalizados.
Após a morte, és o mesmo homem que foste durante a vida na Terra. Não
existe o chamado passe de mágica para transformar trevas em luz de uma
hora para outra. Somente o tempo, pelas bênçãos de Deus, consegue, na
marcha determinada pelo Criador, mudar, no silêncio da vida, a mentira
para a verdade, o ódio para o amor, a guerra para a paz, a inimizade para
a amizade. As mudanças bruscas não são sementes de harmonia. A nossa vida
pode ser um poema de luz ou de trevas, um gorjeio de vida ou de morte,
dependendo dos caminhos que pretendemos seguir.
Se queres mudar de vida, tornando-te um sol verdadeiro, não deves esquecer
Jesus em todos os teus avanços. Ele, o Mestre dos mestres, é a nossa
direção, é o Pastor inconfundível das nossas vidas. Após a morte,
continuarás a ser o que és, e nada mais. Se assim acontece, vamos começar
a burilar nossas idéias na Terra, não deixando para amanhã o que podemos
fazer hoje.
Ao terminar uma batalha, o Espírito nunca se encontra calmo, mas os mais
esclarecidos, com pouco tempo se refazem, arrependendo-se e pedindo a Deus
que os encaminhe para os roteiros certos. A sua disposição interna vale
muito, e logo a assistência surge, pelos companheiros mais velhos de
jornada evolutiva, que já despertaram muito antes.
A ajuda nunca falta ao necessitado, pois na escala do Criador, todos são
iguais. Deus é amor.
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