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INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO
Não podemos dizer que o casamento é indissolúvel; separar o que Deus
ajuntou é bem diferente de separar o que os instintos inferiores uniram. O
problema sério do casamento é a sintonia por afinidade espiritual. Os que
se unem por amor verdadeiro, nada no mundo faz separar, nem mesmo a
desencarnação, pois os Espíritos continuam juntos por vibrações
espirituais.
As leis de Deus são imutáveis em todas as suas ações diante dos homens,
coisas e mesmo no seio dos próprios Espíritos puros, no entanto, para cada
ser, elas se apresentam de acordo com a evolução já conquistada. Se bem
vivemos, bem recebemos o merecido, pela forma do amor, na qualidade da
justiça.
As leis humanas são mutáveis, pelas mudanças de comportamento das
criaturas. Compete a cada um esforçar-se para melhorar, que todas as
mudanças operar-se-ão na sua intimidade, e cada vez mais conhecer-se-á a
lei natural, que sempre é protetora, pois para isso ela foi criada.
Tudo o que se une por sintonia tem laços duradouros, porém a união por
interesse é passageira, porque não existe amor e se encontra sob a
influência do egoísmo. O casamento é uma lei natural para que a sociedade
firme seus alicerces na comunhão de idéias afins.
Quando um dos cônjuges foge a determinados preceitos de harmonia do lar
aparece, pela força da necessidade, o divórcio. Os cônjuges pedem uma
separação e Deus permitiu que isto fosse estatuído por lei; no entanto,
ela pode desaparecer, quando as criaturas se conscientizarem dos seus
deveres e passarem a amar sem exigências e com nobreza nos corações.
A indissolubilidade do casamento é imposição humana, contrária à lei da
natureza, porque tudo se encontra movendo em mutações variadas.
Compreendemos, pois, que o amor é universal; a própria lei da Terra, dá
essa garantia somente enquanto vivem as duas criaturas; depois de se
encontrarem livres da matéria, elas poderão permanecer unidas pelos
sentimentos, pela sintonia que o amor faz gerar.
Há muitos casamentos de provas, há casamentos por interesses e há
casamentos por missão. Estes últimos são bem escassos. O certo seria que
cada um amasse o mais que pudesse àquele que consigo convive no lar,
porque do amor sai a inspiração do que se deve fazer, das
responsabilidades de cada um diante dos compromissos assumidos no céu e na
Terra.
Somente o que não se desfaz são as leis de Deus; o que Ele fez é eterno,
por ser Ele onisciente em todas as Suas operações divinas. Jesus está
sempre orando por nós, esperando a nossa conversão à obediência da
harmonia universal.
Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. Tu, pois,
quando te converteres, fortalece os teus irmãos. (Lucas, 22:32)
O que disse Jesus a Pedro é o que devemos fazer: quando nos convertermos,
devemos procurar os nossos irmãos caídos e os fortalecermos. Quantos lares
se encontram em decadência? Muitos e muitos. Devemos fortalecer esses
companheiros em prova, pela força do exemplo e não somente por palavras.
Moisés, na qualidade de legislador, estatuiu certas regras humanas, pela
dureza dos corações, mas, não como sendo lei de Deus dentro da
imutabilidade que elas representam. É muito bom que estudemos os livros,
mas melhor é os entendermos em Espírito e verdade. O tempo, juntamente com
o progresso, modificam todas as coisas na altura da evolução alcançada
pela sociedade. Isso é justiça, isso é amor.
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