0718/LE
CONSERVAÇÃO DO CORPO
O corpo físico tem as suas necessidades, oriundas da sua constituição, e o
Espírito que se serve dele é obrigado a cuidar do que ele precisa. A
ciência da Terra reflete mais ou menos a ciência da alma, e a ciência do
mundo deve estudar o complexo humano para compreender suas mais simples
necessidades, revelando à massa humana o que precisa para viver bem.
Os dirigentes dos países, em futuro que não se encontra distante, passarão
a cuidar mais da saúde da população nas bases naturais. Primeiramente,
devem os governos investir nos homens, porque uma pátria de pessoas
doentes quase nada pode fazer pelo crescimento de si própria.
Compreendemos e nos fazemos compreender, que existe a força do carma em
cada criatura, que cobra da alma os seus desleixes no passado, distante ou
próximo. No entanto, existem muitas enfermidades que provêm da ignorância;
cessando esta, os efeitos deixam de existir. Haja vista no passado a
quantas mortificações certos religiosos obrigavam seus corpos a suportar
para ganhai o céu. Muitos agiam assim, contrariando a natureza, exigindo
do corpo o que ele não poderia dar; não falamos aqui de algumas privações
que as mães passavam e por vezes passam, para alimentar seus filhos em
crescimento; isto é diferente, é nobreza de caráter, entretanto, o que
faziam na índia antiga os chamados faquires, as agressões por eles
empregadas ao corpo por mera futilidade, e em muitas vezes para ganhar
dinheiro, é o absurdo dos absurdos.
O corpo precisa de força e saúde, para o trabalho e mesmo para a alegria.
Existe um ditado certo nos meios camponeses, que diz assim: "A alegria vem
das tripas".
No momento da refeição, mesmo os mais carrancudos se alegram, quando têm
fome, porque o alimento é abençoado e carrega consigo as energias para
abastecer o corpo. Mas é bom não esquecer que o alimento deve ser
orientado na quantidade e na qualidade, de acordo com a idade da criatura.
O Espírito se prepara no mundo espiritual em todas as teorias que as leis
podem fornecer, sobre todas as coisas. Os próprios homens primitivos têm
na mente o que devem comer e o momento do descanso. No entanto, o
"civilizado" faz despertar o apetite por muitos meios, e a todo momento
tem fome. Do hábito de comer, ele passa ao vício, e este traz
conseqüências inabordáveis. O "civilizado", em muitos casos, tem olhos e
não vê.
Vamos lembrar Marcos, no capítulo oito, versículo dezoito, quando Jesus
fala com propriedade:
Tendo olhos não vedes? e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais? - É
preciso lembrar, pelo menos se esforçar para lembrar dos ensinamentos que
sempre ouvimos, das coisas certas, e colocá-las em prática. A mente humana
é tardia na assimilação da verdade; ouvem-se muitas vezes os ensinamentos
e, às vezes leva-se anos e mais anos, séculos e.mais séculos, por vezes
milênios, para se colocarem em prática as regras que a natureza se ocupa
em ensinar às criaturas.
Lembremo-nos de que não devemos praticar as mortificações nem para ir ao
céu, nem para satisfação pela vaidade, e, muito pior, para ganhar
dinheiro. Pagará caro aquele que usar mal as oportunidades em que deveria
empregar o tempo no trabalho honesto. Deus não nos pede adoração, e sim,
ação em todos os campos de atividades.
<< Voltar à Página da Questão (L.E.) <<