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SOFRIMENTOS VOLUNTÁRIOS
Mesmo os sofrimentos naturais que vêm ao encontro da alma devem ser
cuidados para se amenizarem. Foi para tal que Deus nos dotou do instinto
de conservação.
Por que não usar a inteligência para o bem-estar? Esse é o trabalho em que
o ser humano deve se empenhar com circunspeção, nunca perdendo a
serenidade e vendo em tudo isso meios de elevação, compreendendo que se
encontra em uma escola de luz, onde Jesus é o comandante dos nossos
destinos, por vontade de Deus.
Os sofrimentos voluntários criam em nossos caminhos espinhos que nos
inquietam no futuro. Se já sabemos desta verdade, é bom que não caiamos em
novas tentações. No passado distante, eram muito usados esses métodos de
castigar o corpo para elevação da alma, porém compreendendo a Doutrina dos
Espíritos, que é a mesma Doutrina de Jesus, não tem mais sentido mantermos
esse erro que a ignorância sustentou por muito tempo.
O homem precisa muito de saúde para trabalhar com mais alegria; se busca a
doença, o que pode produzir? A busca de sofrimentos voluntários é uma
decadência moral que desaparece com a chegada da nova geração, que
desponta com outra modalidade de procedimento recém-trazida dos planos
espirituais.
O sofrimento que devemos impor à alma para a elevação moral, é o
sacrifício que se pode fazer esquecendo ofensas, eliminando a vaidade,
combatendo o orgulho e o egoísmo. Esse sacrifício é abençoado por Deus e
cria na cidade da consciência um clima de luz que ilumina o céu do
coração. Todavia, no que se refere ao corpo, deves cuidar dele com todo o
amor, pois ele é instrumento da alma para a grandeza da vida.
Os rigores que o homem infligia ao seu corpo por inspiração das sombras
tornar-se-ão em distâncias imensuráveis que se estendem entre a
consciência e a luz. Nós somos famintos do alimento da vida, e para nos
saciarmos devemos buscar a fonte verdadeira que vem de Deus, e que é o
Cristo.
João nos fala, no capítulo seis, versículo trinta e cinco:
Declarou-lhes, pois, Jesus:Eu sou o pão da vida; o que vem a mim, jamais
terá fome; e o que crer em mim, jamais terá sede.
Crer em Jesus não é sacrificar o corpo, mas, sacrificar as paixões
inferiores. Passar fome e ser crucificado por simples vaidade são atos
exteriores que de nada valem para a elevação da alma.
Busquemos em Jesus o alimento verdadeiro e a água divina que nos sustenta
o Espírito, e busquemos no esforço, no trabalho, o sustento para o corpo.
Com os dois, e em plena saúde, poderemos sentir a vida na dimensão do
amor, de modo a ver e sentir a esperança de vida eterna que pode nos dar a
natureza.
Atendamos, pois, ao instinto de conservação, estudando-o na sua função
divina e humana, que aos poucos conheceremos a verdade que rasga o véu,
nos mostrando outra vida, cuja conquista se faz por nossas próprias mãos,
acionadas pela vontade de Deus, à qual serve de canal o amor de Jesus.
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