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DIREITO SOBRE OS ANIMAIS
O homem não tem direito ilimitado sobre os animais; esse direito é
regulado pelas suas necessidades de se alimentar, e os animais, com esse
direito limitado, passam igualmente por processos de despertamento
espiritual, pois para tanto foram criados.
Matar por prazer, neste sacrifício dos seus companheiros inferiores, é
falta grave, pela qual o homem deverá responder. Os animais, no seu
estágio de evolução, servem para ajudar aos homens, naquilo que lhes
compete: servir no trabalho, na própria alimentação e em outros processos
que ainda escapam aos sentidos dos seres humanos, cujos dons ainda dormem,
de modo a não perceberem outras atividades de que são dotados todos os
animais.
Os que são contra a matança dos animais por necessidade de alimentação dos
seres humanos, se esquecem de que eles, por vezes; matam mais que os
próprios matadouros, porque os pensamentos inferiores se acoplam com os
seus iguais nos ignorantes e daí saem muitos sacrifícios com a marca de
quem ajudou pelas formas mentais. Pensar fora da harmonia natural é matar,
é inspirar quem já se encontra nessa faixa de vida, para as devidas
matanças.
A destruição na Terra é necessária e se apresenta em forma de renovação e
elevação da matéria. Se ainda temos sentimentos de ódio, estamos
sufocando, e mesmo matando, quem vive. Se temos inveja, ciúme, orgulho e
egoísmo, encontramo-nos matando as idéias virtuosas. A matança dos animais
somente está fora da lei, quando é praticada pelo prazer e destrói a vida
dos animais sem objetivo algum. Se abusamos dos seres inferiores, isto não
constitui direito, e passamos a dever a esses irmãos menores, onde se vê
logo a resposta da natureza.
Não podemos destruir nada, em reino algum, que não seja por necessidade.
Não podemos brincar com a vida que Deus abençoou para viver.
Verifiquemos já nascendo no mundo as leis de proteção aos animais.
A razão nos mostra o tempo da pesca e da caça, estabelecido pelos homens,
por inspiração superior, para que não venham a ficar sem esses parceiros
inferiores, que não somente lhes fornecem alimentação, mas trabalham em
outras faixas em favor da vida.
Devemos trabalhar em favor desses pequeninos irmãos, somente usando-os, se
não podemos viver sem o seu concurso, quando necessário.
Vamos lembrar Mateus, no capítulo vinte e cinco, versículo quarenta,
quando nos transmite as palavras do Mestre:
O Rei, respondendo, lhes dirá:
Em verdade vos afirmo que sempre que o fizerdes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fareis.
Tudo o que fizerdes aos animais a que chamais inferiores para a sua paz,
disse Jesus, a mim o fareis. Se não queremos violência, não violentemos. A
lei registra tudo; estamos sendo vigiados em todo o percurso da vida. Não
façamos aos outros o que não queremos que os outros nos façam. Eis a lei
de Justiça.
Todos nós temos limites de ação; ultrapassá-los é comprometer a nossa paz.
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