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LEGÍTIMA DEFESA
Não devemos confundir a lei de Deus com as leis dos homens, pois na lei de
Deus não existe legítima defesa. Isso é recurso dos homens para atenuarem
os seus crimes. Eles mesmos, os criadores das leis, de tanto mal que fazem
à coletividade, ficam procurando um preventivo para as suas faltas.
Não há razão nenhuma para que se possa tirar a vida de outrem. Mesmo
ameaçado pelos criminosos, existem muitos meios de defesa. Se desejamos
saber se a legítima defesa tem o assentimento de Deus, por que não
perguntar o que deve ser feito nesses casos? E a meditação nos responderá:
mudança de vida, transformação íntima.
A transformação é a melhor defesa contra todos os males. Se alguém nos
agride, certamente é porque agredimos alguém. Se o arrependimento já vibra
em nossa mente e em nosso coração, procuremos os meios de defesa antes que
o mal aconteça. Entreguemo-nos ao amor, a todos e a tudo, que o resto virá
por acréscimo de misericórdia. Deus está em toda parte, como igualmente no
agressor, cobrando e ensinando ao agredido que tudo é todos são filhos do
mesmo Deus.
Quem é mais agredido, o animal ou o homem? A natureza ou o homem? Se o ser
humano, mesmo depois que conhece certas leis, não pára de agredir os
animais e a natureza, ele recebe de volta a mesma agressão. Pensemos
nisso, que procuraremos a legítima defesa de outra maneira. Comecemos a
respeitar a vida em todas as suas faixas, que a nossa será sempre
defendida em todos os aspectos. Devemos dilatar a nossa mente no
conhecimento da verdade. Verifiquemos a vida dos grandes homens e
meditemos em nosso procedimento ante os nossos semelhantes e ante a
natureza, que mudaremos de opinião.
O certo não é revidar ao agressor; ele está sendo instrumento da cobrança
do que já foi feito; é não se nivelar a ele para não se tornar também um
agressor. Quanto à legítima defesa, os verdadeiros caminhos estão com
Jesus: quando o ódio vier ao nosso encontro, criemos uma legítima defesa
com o amor; se o violento nos agredir, perdoemos, esquecendo a falta; se
alguém nos rouba, oremos por ele, sem o Espírito de vingança. Procuremos
ser honestos em tudo que fazemos e pensamos, porque a vida, bem o sabemos,
nos retribui o que entregamos aos outros.
A legítima defesa somente se alicerça com Deus no coração, em se
expressando amor. Não devemos brincar com a justiça divina, nem servir de
instrumento consciente dessa força poderosa. Para tanto, existe quem a
dirige pelos processos que desconhecemos. Não é dado a nós fazer justiça
com as nossas próprias mãos. Devemos fazer tudo para que as nossas mãos
não fiquem manchadas com o sangue do nosso irmão. Trilhemos os caminhos do
bem, apeguemo-nos ao Evangelho e condicionemos seus preceitos na
consciência, que tudo mudará a nossa volta, para que tenhamos mais vida e
acendamos luz onde haja trevas.
Todo assassino responde pelo seu ato contra o seu irmão. A escala de
culpabilidade é enorme, contudo, matar é sempre falta grave, porque
somente quem deu a vida pode tirá-la quando achar conveniente. Lembremos
ainda que existem muitos meios de assassinar, inclusive aquele que
lentamente vai matando as criaturas...
Se queremos ficar livres da justiça divina, somente existe um caminho: o
amor ensinado por Jesus. Repitamos as palavras de Marcos, do capítulo dez,
versículo vinte e seis:
Eles ficaram maravilhados, dizendo entre si: Então, quem pode ser salvo?
Que Jesus nos abençoe na compreensão das suas imortais mensagens.
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