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DUELO
O homem demonstra ter compreendido mal a questão da legítima defesa, ao
entender que deve ser praticada com as próprias mãos.
Deus, ao criar tudo que existe, não se esqueceu de estabelecer por leis
maiores a defesa contra as investidas da maldade. As defesas são naturais;
a própria lei da justiça se encarrega de defender o justo. Se se defende
de um ataque com a mesma gana de matar do ofensor, compara-se com ele e
pode, dessa forma, tornar-se um assassino, piorando a sua situação como
irmão dos que atacam.
Matar é um costume digno dos bárbaros, daqueles que ainda desconhecem que
só quem deu a vida pode tirá-la. O duelo, bem sabe o espiritualista, é
contrário à lei.
O nosso dever, como filhos de Deus, do modo que respeitamos a Jesus, é
observar as leis estabelecidas por Ele, de amar ao Senhor sobre todas as
coisas e ao próximo como a nós mesmos. Como matar ao nosso irmão, se a lei
nos pede para amar o próximo?
A legítima defesa deve ser como as armas da fraternidade para com todos os
ofensores, é procurar meios justos de educá-los ante a sociedade, para que
sirvam de instrumento da mesma educação, para com os seus irmãos em
caminho. Nos tempos passados, quando a brutalidade era campo aberto para
todas as criaturas, onde não se entendia o amor, encontrávamos os bárbaros
em função da ignorância. Depois de Jesus, Ele, o Mestre dos mestres, veio
nos trazer o amor e viver essa virtude incomparável para nos ensinar,
pondo um ponto final na ignorância.
Os que acompanham Jesus devem, por obrigação, conhecer o amor e amar a
todas as coisas e a todos os seres. As guerras são duelos, por existirem
ainda os bárbaros em todas as nações do mundo, mas, com o tempo, esse
estado de brutalidade tende a desaparecer por completo da face da Terra.
Então, a paz reinará em todas as nações do mundo, onde deverá dominar
somente o amor ensinado por Jesus.
Por que duelar? Por que incentivar o duelo, que é prenúncio de morte pela
mão do homem, que ainda não sabe o que faz? Por isso voltou Jesus, pelos
canais da Doutrina Espírita, a nos ensinar o verdadeiro amor, a nos
ensinar toda a ordem de educação, domesticando nossos instintos e
transformando-os em caridade e amor para com todos os seres. A legitima
defesa é acionada pela educação, pelo trabalho e pelo amor ao próximo como
á nós mesmos.
Somente Deus sabe como nos defender, por ter sido Ele que nos criou a
todos. Compete-nos trabalhar em favor da paz em todas as direções da vida,
para que essa vida nos responda com a mesma paz que distribuímos aos
nossos semelhantes. Com o contacto que devemos ter com Jesus, a "lepra" da
incompreensão desaparecerá dos nossos instintos, como citado por Marcos,
no capítulo um, versículo quarenta e dois, assim dizendo:
No mesmo instante lhe desapareceu a lepra e ficou limpo.
Se queremos nos curar de todas as enfermidades, procuremos Jesus, o Cristo
de Deus, que pode estabelecer-se dentro de nós mesmos, ensinando-nos como
devemos proceder para que a luz venha a se acender dentro do nosso
coração, fazendo-nos esquecer por completo a "legítima defesa" que os
homens conhecem.
A verdadeira defesa que podemos ter é trabalharmos para o bem comum,
vivendo todo o tempo na construção do amor e pelo amor.
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