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UM SÓ REBANHO
Não podemos pensar que a Terra, no futuro, se transformará em uma nação
única. Ela, mesmo com a evolução moral acompanhando o progresso da
ciência, pode se dividir ainda mais, para que haja mais paz no tocante aos
costumes e aos climas das regiões. Podemos acreditar que haverá um só
rebanho, pela fraternidade entre os povos. Eles deverão unir-se em todos
os sentidos do bem comum, trabalhando pelo mesmo objetivo de vida.
Entretanto, não podemos nos esquecer do que fala o Evangelho, anotado por
João no capitulo dez, versículo dezesseis:
Haverá um só rebanho e um só Pastor.
Isso é no que refere ao comando espiritual. O rebanho é, pois, a
humanidade, e o Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo. No que tange à Terra,
na área física, as divisões são necessárias para melhor andamento da
harmonia, prevalecendo sobre todas as coisas, e todos os Espíritos, o
comando de Jesus. As leis podem ser diferentes, baseando-se, entretanto,
no mesmo amor e na mesma caridade. Não convém centralizar o poder nas mãos
de uma só pessoa. As divisões são necessárias, mas que todos os comandos
sejam unificados nos ensinamentos de Jesus.
Conforme a evolução das criaturas, descem das esferas superiores grandes
almas para renovar, periodicamente, as idéias dos homens em crescimento
para Deus.
O que devemos esperar com entusiasmo é a universalização do idioma, de
maneira que facilite aos homens, ganhando tempo, com a dispensa do
aprendizado de muitos deles. Uma linguagem universal, como o é a do
pensamento e a dos animais. A simplificação é norma divina, de modo que o
Espírito não desperdice os valores nobres a que se chama tempo. Por que
tantos idiomas? Além dos motivos óbvios, como épocas, diferenças de
lugares, há também a intervenção do orgulho e do egoísmo: a cada nação o
seu falar, resultando daí dificuldades quando surgiram as necessidades do
intercâmbio de raças com raças.
A unidade deve ser em toda a base; como criar nova modalidade de amor, de
caridade, de perdão e mesmo de paz? Somente a evolução das criaturas, e
não os homens estimulando habilidades que eles desconhecem as suas
finalidades é que aperfeiçoam ou despertam com mais claridade os dons
naturais.
Existe um só amor, uma só caridade e um só perdão, no entanto, em cada
escala espiritual apresentamos estas virtudes em diferentes níveis, de
acordo com a nossa evolução.
A humanidade nunca deixou de progredir; a princípio, lentamente, depois,
com o despertamento de certos valores, avança com mais rapidez. São normas
criadas por Deus, que não podemos mudar. As gerações respondem pelos seus
atos, como cada indivíduo particularmente. Essa é a lei divina que as leis
humanas devem obedecer. A lei da reencarnação é pura justiça.
Não devemos duvidar: mesmo uma geração voltando como outra, em outras
vestes, mais evoluída, responde pelo que fez na retaguarda, e é sofrendo
as conseqüências do que fez que se aprimora, aprendendo a respeitar as
leis de Deus.
Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante,
generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido, vos
medirão também. (Lucas, 6:38)
A nossa dádiva pode ser feita por diversas formas, começando pelos
pensamentos. Devemos passar por muitos e muitos anos até aprendermos o
mais sagrado sentimento, o amor divino, pois em sua ação estão Deus e
Cristo, operando a verdadeira sabedoria universal.
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