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FACULDADES ADQUIRIDAS
As faculdades adquiridas pelas almas não são esquecidas em tempo algum,
mesmo que estas voltem à carne pela lei da reencarnação, e não possam
expressar seus valores, com toda a plenitude, por provações ou opção. Elas
guardam no centro da vida o que aprenderam por experiências.
Não existe regressão do Espírito; o que dá a impressão de recuo é o fato
de que ele veste uma roupa carnal, deformada pela sua própria escolha e
exigência cármica. Pode, bem assim, reencarnar em mundos inferiores, com a
tarefa de ajudar aos que ali se encontram em estado de sono. Os superiores
têm o dever universal de dar as mãos a quem se encontra na retaguarda.
O Espírito, ao passar de um mundo superior para um inferior, conserva sua
superioridade, mas nem sempre pode expressá-la no seu todo, nas suas
andanças como mestre e guia. Todavia, o que ele adquiriu, isso ele nunca
perde e ninguém toma; é conquista dos seus esforços individuais, é tesouro
divino que a eternidade sabe conservar em seu coração.
Num exemplo bem singelo, quando se vai em busca de alguém que se interessa
proteger, em cadeias, hospitais ou outros lugares onde há muitas
provações, não se perde os valores morais e espirituais. é o que se passa
com os Espíritos benfeitores, que descem de planos superiores para nos
assistirem nas nossas necessidades. Eles conservam seus valores, mesmo
trabalhando nas sombras. Assim se passa com as almas redimidas que
aceitam, ou escolhem, a tarefa de ajudar aos homens, por vezes os mais
ignorantes. As aptidões por eles adquiridas são luzes benfeitoras que
servem para clarear os que vivem ainda no escuro, dirigidos pela
ignorância.
A diversidade de aptidões corresponde ao despertamento das qualidades
gradativamente. É uma lei natural que se processa em todas as criaturas de
Deus, pela presença do amor universal do Criador. O tempo é muito
importante para o despertamento dos valores espirituais nas almas. Depois
que os Espíritos despertarem todos os seus valores, aí ocorre a grande
transformação em suas vidas; desaparece dos seus caminhos o próprio tempo,
e o espaço deixa de existir. Eis aí o Espírito se libertando das leis das
quais não mais precisa. A fé avoluma-se de tal forma na alma, que
acontecem muitas maravilhas, como Marcos anotou no capítulo onze,
versículo vinte e três:
Porque em verdade vos afirmo, que se alguém disser a este monte: Ergue-te
e lança-te ao mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará o
que diz, assim será com ele.
Com o desabrochar dos talentos internos do Espírito, surge nos céus da
consciência um sol que se chama Fé, força poderosa que Jesus usou muito na
Terra, quando teve que curar os enfermos e levantar os caídos, mostrando
ao povo a presença de Deus no coração do homem, pela fé. Deus permitiu que
os homens, em graus diversos, manifestassem seus dons, e sentissem que
dentro de si existem todos os recursos de vida. No futuro, pelo poder da
fé, veremos que poderemos ser o nosso próprio médico, porque da nossa
mente partirão ordens de harmonia que os corpos obedecerão na fluência do
nosso verbo de luz.
Se sabemos que nada perdemos do bem que adquirimos, qual o nosso dever?
Trabalhar para despertarmos novas aptidões e exercitá-las onde quer que
estejamos, em forma de caridade, onde não falte o amor ensinado pelo
Divino Mestre de todos nós, Jesus Cristo.
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