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RIQUEZA E MISÉRIA
Deus testa Seus filhos de várias maneiras: a uns dá a riqueza e,
conseqüentemente, poderes; a outros, miséria, e junto a ela a escravidão
de todas as ordens. Quem não compreende as leis, como a da reencarnação,
acha que Deus é injusto, ou então, para não ofendê-Lo, fala sem
conhecimento de causa que o Senhor sabe o que faz. Todas as duas versões
do fato são incorretas e sem sabedoria.
Estudando a reencarnação e o progresso dos Espíritos, notar-se-á que o
rico de hoje pode ser o pobre de amanhã e vice-versa. Riqueza e miséria
são extremos da vida, extremos esses mutáveis. Um pode ocupar o lugar do
outro, em se buscando experiências, enriquecendo os celeiros do
conhecimento para futura paz de consciência. Em muitos casos, essas provas
de riqueza e miséria foram escolhidas pelos próprios Espíritos, por
sentirem necessidade do aprendizado.
Ninguém deve ser culpado por nada que acontece; tudo foi feito para a
elevação das almas, para o despertamento dos dons enraizados nos
corações. A evolução das almas é diferente, mas elas são iguais em sua
origem. Vejamos os corpos: comparemos o do rico com o do pobre, do
ignorante com o do estadista. Eles têm a mesma forma, a mesma composição,
os mesmos órgãos; respiram o mesmo ar, bebem da mesma água e vivem todos
se aquecendo com o mesmo sol e andando sobre a mesma Terra. Ainda mais,
todos têm como pai o mesmo Deus. As diferenças são ilusórias e breves, que
o tempo desmancha quando achar conveniente. Aos ricos, nós podemos dizer
que usem bem as suas riquezas e não deixem que o orgulho nem o egoísmo
comandem suas faculdades de pensar e sentir. Eles devem pensar na miséria
dos outros, pedindo sempre a Deus que os inspire para não acumularem
riquezas que não sirvam para o bem-estar coletivo. Ao pobre, dizemos que
viva mais resignado com o que tem e que confie mais em Deus, que nunca
abandona Seus filhos. Ele deve lembrar sempre das bem-aventuranças. Jesus
está sempre no meio dos que sofrem e não abandona os escorraçados pela
justiça dos homens.Os ricos que sucumbem com freqüência não perdem as
experiências; algo fica guardado nos escaninhos da alma, para se completar
no amanhã. Assim também acontece com os pobres. As reencarnações têm essa
função de escola para todas as criaturas na face da Terra. Tudo na vida
muda de vez em quando de roupagem, pela forma do progresso, pela força do
amor de Deus, cujas leis são justas.
Anotemos o que registrou Lucas, no capítulo quatorze, versículo nove:
Vindo aquele que te convidou e também a ele te diga: Dá o lugar a este.
Então, irás envergonhado, ocupar o último lugar.
Quem não faz o seu dever direito, volta a fazê-lo, com um aprendizado
diferente. A quem reencarna como rico, em berço de ouro, e não sabe
desempenhar bem o seu papel, a reencarnação pode levar para o último lugar
na escala das provas, até aprender a humildade e o amor, mesmo como rico.
A Doutrina dos Espíritos, pelos processos mediúnicos, deixa bem visível,
tanto para o rico como para o pobre, as suas tarefas, diferentes, porém,
com os mesmos objetivos.
A função da reencarnação é despertar os valores espirituais e morais das
criaturas, levando-os aqui e ali, por ação das leis naturais criadas por
Deus. Pensemos nisto, estudemos e trabalhemos honestamente, que as
inspirações dos Céus jamais nos faltarão.
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