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HOMEM E MULHER
São duas formas diferentes, mas com o mesmo objetivo de vida,
exercitando-se ambas, na busca da libertação espiritual. Ninguém foi
criado para ser preso, mas subordinado à lei que dirige a todos, em
seqüências variadas do despertamento das suas faculdades espirituais, e
somente juntos em forma de família, os Espíritos têm mais possibilidades,
acionando mais depressa o acordar dos seus talentos.
O homem se expressa no corpo físico com características diferentes da
mulher. Ele busca mais as coisas da Terra e sabe responder às exigências
do mundo na pauta dos seus valores e, neste trabalho, recolhe experiências
valiosas, porque, no fundo, em todas elas vibra a lei divina do amor, que
veste muitas roupagens por existirem diversas modalidades de se educar.
O homem, no curso das suas existências, passa a indagar a si mesmo, usando
da razão, qual é o melhor caminho a seguir e, empenhado nessa especulação,
acaba encontrando as advertências como ajuda e descobrindo a verdade que o
liberta. O tempo é seu amigo inseparável, que age até quando for preciso;
quando atinge sua iluminação interior, desaparece o próprio tempo, não se
fala mais de espaço e nem mesmo de leis. A educação existe por causa da
ignorância; se esta cessar, aquela não será mais necessária.
A mulher tem uma razão de ser na vida do homem, sem a qual a vida do seu
companheiro se tornaria vazia e sem impulsos para a busca da verdade. Deus
nunca erra nos Seus objetivos. Pela sua sensibilidade, sua ação é mais
direcionada ao enlevo, em rumo complementar do homem, como que uma ponte
intuitiva que busca o mais além, distribuindo o que de lá recebe com os
que com ela vivem em família. O aprimoramento do papel de esposa e mãe é a
oferta da água viva, como a que a samaritana recebeu do Cristo à beira do
poço de Jacó.
Observemos os apontamentos de João sobre a fala do Mestre, que assim se
expressa no capítulo quatro, versículo onze:
Respondeu-lhe ela:
Senhor, tu não tens com que a tirar e o poço é fundo; onde, pois, tens a
água viva?
Vejamos que simbolismo divino: o Mestre oferta à mulher a água da vida,
aquela com a qual ela nunca mais teria sede. Era a água do amor, e a
maternidade pode ser um poço dessa água, para aqueles que, por seu
intermédio, ela poderia saciar.
O sexo, na Terra, é força viva que os faz unir, na esperança de que, pelo
amor, passem do plano espiritual para a Terra outros companheiros do
passado, na esperança de tranqüilizarem a consciência e compreenderem o
porquê da vida. O companheiro é um instrumento para ajudar na operação, na
constância de edificar esse amor, cada vez mais espiritualizado: um,
trabalhando nos horizontes da Terra, e o outro abençoando com as forças do
céu.
Os direitos do homem e da mulher são iguais, mesmo na diversificação dos
seus ideais. Não há diferença de valores dos Espíritos; há, sim, de
posições pelas vestimentas carnais que a natureza lhes empresta para o
despertamento dos tesouros da vida.
As mulheres sofreram muito em épocas recuadas, pela ignorância humana, mas
como nada se perde, elas recolheram valores maiores, que devem se
expressar no futuro ao comandarem e direcionarem, pelos seus próprios
valores, os altos postos que lhes foram tomados, invalidados pela força. O
trabalho maior da mulher é a missão de educar aqueles que, por bênção de
Deus, vêm para seus braços nas linhas do perdão.
Eis porque a reencarnação constitui bênção maior para todos os filhos de
Deus; ela os inspira para o amor universal e as vidas sucessivas matam o
orgulho e fazem desaparecer o egoísmo, em um trabalho que opera no desfile
dos evos.
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