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INFERIORIDADE
A suposta inferioridade moral da mulher, em certos países, é produto da
ignorância dos homens, e do predomínio da força bruta, que supõe tudo
resolver pela violência. Esse massacre dos valores da mulher é que causa
os distúrbios da sensibilidade nos desvios dos seus valores imortais.
Nessa violência contra a fragilidade dos corpos femininos, sofre,
outrossim, a alma, com a interpretação satânica de certos teólogos, de que
a mulher não tinha Espírito, por ter sido feita da costela de Adão. Essa
ilusão de que a humanidade nasceu de Adão e Eva criou muitos erros e deu
nascimento a muitos distúrbios que fizeram paralisar ou retardar as
manifestações do amor de Deus para com a humanidade. Até mesmo almas
eminentes sofreram a influência dessa teologia das trevas; eis porque
falamos sempre do condicionamento de certas idéias sem fundamento na
verdade.
Procuremos inquirir, no silêncio da própria vida, porque a mulher é
inferior moralmente ao homem. Esse preconceito escapa ao raciocínio, ao
bom senso, à bondade de Deus e à razão. Esta desvalorização dos valores
femininos não tem sentido. "O Livro dos Espíritos" nos mostra, na sua
beleza espiritual, todas as leis e a igualdade da criação do homem e da
mulher, nas suas operações diversas, mas com os mesmos direitos e deveres
perante Deus.
O Espírito não tem sexo; os corpos que ele usa nas vidas sucessivas têm
diferenças uns dos outros, para que se tornem complementares às suas
necessidades. A crueldade do homem, no seu primitivismo, é que fez
marginalizar a mulher, para que pudesse crescer o seu poder como "rei" da
criação. Mas, como as leis naturais são imutáveis, a lei da justiça é a
mesma e o será sempre, em todas as épocas da humanidade. Os próprios
homens é que deverão, por maturidade, reconhecer as coisas de Deus.
A mulher terá a sua glória; se perdeu alguma liberdade no mundo, ganhou
sua paz na consciência, gerou em si forças de sustentação e o domínio de
ser útil às gerações, como mãe. Ela, aparentemente, perdeu, mas, na
realidade, nada perdeu na área da eternidade. Muitas estão ocupando corpos
masculinos para mostrar aos homens como se deve amar, pedindo e
trabalhando para a igualdade dos direitos em todas as atividades que
possam alcançar.
A Doutrina Espírita vem remover essas idéias de inferioridade da mulher
ante o homem e insuflar, no coração do mesmo, o perdão. Se os ignorantes
desejam ficar na Terra, que fiquem até surgir a maturidade, mas com a
consciência pesada temem perder o que eles mesmo destruíram, com a
prepotência.
Vejamos o que nos diz João, no capítulo sete, versículo trinta e quatro,
mostrando 'o que pode acontecer e que já ocorreu com muitos no plano
espiritual:
Haveis de procurar-me, e não me achareis; também onde eu estou, vós não
podeis ir.
Mas, vem a misericórdia de Deus, que é sempre Pai, dando oportunidade para
o desenvolvimento dos poderes espirituais, de modo que esses Espíritos
entrem em êxtase e por um pouco possam encontrar aqueles que foram
desprezados, agredidos e maltratados, até que se suavize o fardo e fique
leve o jugo. O sofrimento de uns desenvolveu-lhes a capacidade de entender
mais a vida, e os que agrediram embruteceram suas possibilidades de se
libertarem no campo do Espírito. Entretanto, pela bênção da possibilidade
de intercâmbio entre os dois mundos, possibilitou-se às criaturas o
conhecimento das leis, tornando-as livres dos velhos preconceitos humanos
e alegrando-as na alegria divina, com o Cristo no centro da consciência.
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