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IGUALDADE DOS DIREITOS
Consagram as leis de Deus direitos iguais ao homem e à mulher. A igualdade
de direitos é a expressão da justiça de Deus. Se os Espíritos são iguais
na sua gênese, por que privilégio para um e negação para outros? Tanto a
lei divina nos mostra a justiça neste caso, quanto as leis humanas devem
fazer o mesmo.
A emancipação da mulher no campo dos direitos avança e toma corpo, de modo
que ela tenha a liberdade que lhe compete conquistar, paralelamente com a
responsabilidade, duas forças que trabalham para o aperfeiçoamento da
alma. Ser-nos-á difícil entender o homem com os seus direitos de posse
assegurados na vida e os mesmos direitos negados à mulher, que faz um
trabalho grandioso no lar e mesmo fora dele, em favor da educação e da
instrução. Porém, o tempo traz a civilização dotada de razão a emancipação
da mulher naquilo que ela já conquistou, e hoje já se vêem muitos
movimentos feministas, alguns até exagerados, mas tendo explicação na
morosidade da justiça da Terra em libertar a mulher. Mas, como nada se faz
sem a permissão de Deus, a companheira do homem ganhou com isso, tendo sua
sensibilidade mais apurada que ele, para o permanente exercício da
comunicação com o Além, por vezes sem perceber.
Certamente que os direitos da mulher são iguais aos dos homens, não
obstante, com as funções diferentes, para complemento do todo no lar. Com
isso, não fica desvalorizado o trabalho dela, porque cada um foi chamado
por Deus para desempenho diferente, mas com a mesma soma de conquistas.
No mundo de Deus, não existem privilégios, assim como em campo algum da
vida, por ser Deus eternamente justiça. Podemos comparar pela natureza:
vejamos a luz do sol que o Senhor derrama na Terra, nos diferentes reinos,
onde todos recebem o mesmo calor, a chuva e o ar, embora cada criatura
receba somente o que merece na sua vida particular. Como disse o Mestre,
ao que tem, será dado mais, e ao que não tem, até o que tem lhe será
tirado. O que tem sabedoria, conhecimento das leis, ele próprio absorve da
luz do sol o que ela pode dar a mais na sua estrutura, e o que não tem
esse saber, o que poderia receber pelo saber lhe será tirado. É a justiça
operando no silêncio da vida. Trabalhemos, pois, para melhor entender o
que nos espera no centro da vida, dependendo dos nossos esforços para
adquirir.
Existe a igualdade de direitos, mas não igualdade de conquistas, sendo que
um tem tudo nas mãos porque aprendeu a buscar, e o outro ainda não
conquistou essa experiência, faltando-lhe mais vivência, que o amanhã
trará.
Vamos ver o que está anotado em João, no capítulo seis, versículo
cinqüenta e nove, que nos diz:
Este é o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos
pais comeram, e contudo morreram. Quem come este pão, viverá eternamente.
Aquele que come somente do pão da Terra para viver fisicamente, sem se
lembrar das coisas espirituais, pode se considerar morto, e quem come
igualmente do pão do céu, fonte sublimada em Cristo, está sempre vivo pela
eternidade afora.
O Espiritismo com Jesus nos distribui o pão do céu, por nos revelar os
preceitos de luz do Evangelho e nos mostra o quanto vale vivê-los. Somos
todos iguais e recebemos de igual modo pela força da justiça. Deus nos dá
tudo com igualdade, mas fez a lei que regula essa dádiva, de acordo com os
nossos esforços pela maturidade da alma. Todo trabalhador é digno do seu
salário.
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