FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVII

 

Questão 832 comentada

CAPÍTULO 16

0832/LE

HOMENS BONS

 

Em todas as épocas existem homens bons, mesmo entre aqueles que tinham escravos, pois a própria lei permitia a escravidão entre os homens. Todavia, existiam senhores que maltratavam seus escravos e os vendiam como animais de carga e, por vezes, em piores condições. Faltava-lhes a humanidade para com os seus irmãos, filhos do mesmo Deus de bondade e de amor.

Sabemos também que a escravidão em todo o mundo era um processo de despertamento das criaturas e, se nada se faz sem a permissão de Deus, ela teve algo de útil para os cativos.

Não podemos esquecer ainda que havia a alforria para os escravos e, em muitos casos, muitos deles não queriam ser livres porque, no caso em questão, eles iriam sofrer mais. A sociedade não compreendia que o escravo poderia ter liberdade e, na verdade, mesmo não existindo escravidão, como nos dias que correm, continuava a existir a escravidão à discriminação racial e social.

As diferenças sociais sempre existiram em todos os países, no entanto, é bom saber que o respeito, onde o mundo é superior, é que garante a paz e todos se sentem felizes nas posições que ocupam.

A lei que determinava a escravidão, não mandava violentar o escravo; isso acontecia por livre arbítrio dos homens maldosos. Nós sempre, bem o sabemos, respondemos pelos nossos feitos. Há uma lei que se chama justiça, que cobra ceitil por ceitil, o que pesa sobre os ombros dos faltosos, para que esses aprendam a amar, reconhecendo que todos somos filhos do mesmo pai.

As lições na Terra são irremovíveis, em todos os sentidos do existir, desde a mínima partícula da matéria, até os acúmulos dos mundos. Eles se fazem e desfazem, e cada vez mais se expressam com mais brilho na sua intimidade. é da lei que nada pára; tudo cresce, o homem é que fica parado.

O homem bom e inteligente que sempre existiu, que direcionou sua sabedoria para o amor, é o Espírito mais velho na contagem sideral e que já recolheu experiência nos caminhos da Verdade. Esses homens mesmos, nascidos em épocas em que existiam a escravidão, a inquisição e, recuando mais, as cruzadas foram pessoas boas, que se comportavam bem diante de todas as situações, ante os seus irmãos cativos e mesmo prisioneiros de guerras. Não podemos deixar de mencionar que esses cativos e prisioneiros, quase todos eles, eram de má índole; se não o fossem, não receberiam as provações que vivenciaram.

Se somente recebemos o que merecemos, a própria escravidão foi merecimento dos que a sofreram, entretanto, o tempo, escoando o carma coletivo, nos mostra os fardos mais leves e os jugos mais suaves, de maneira que desapareceram, por lei e por evolução, as cruzadas, as inquisições e a escravidão, que continuaram a existir somente por dentro das criaturas. Essa guerra de dentro, somente o próprio Espírito pode vencer, fazendo despertar o Cristo no coração.

O bom entendedor reconhece em Jesus e na sua herança para a humanidade, o Evangelho que veio mostrar a força poderosa para a verdadeira libertação espiritual. Mesmo sendo escravos de qualquer posição, no nosso íntimo poderemos ser livres em Cristo. Precisamos meditar muito, estudar mais e nos transformarmos bastante intimamente, para que possamos compreender as leis de Deus e obedecer a elas, porque de outra forma não alcançaremos a felicidade.

Qualquer escravo somente se torna livre conhecendo a Verdade.

 

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