FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVII

 

Questão 834 comentada

CAPÍTULO 18

0834/LE

RESPONSABILIDADE

 

Já falamos alhures que somos responsáveis pelos nossos pensamentos. Eles são como que sementes, e a mente alheia é a Terra onde semeamos. Todo semear de idéias tem colheita, e a lei de justiça nos faz colher o que semeamos.

Certamente que o homem é responsável pelos seus pensamentos ante a Majestade Divina, no entanto, o Senhor, quando nos criou, e tendo onisciência, já sabia o uso que iríamos fazer dos nossos pensamentos e da nossa própria vida. A Inteligência Maior não nos criou já perfeitos, no que se refere à isenção de erros, por achar melhor que tivéssemos um pouco de trabalho para despertar os dons que se encontram em nossa estrutura espiritual, em estado de sono. Na profundidade, somos perfeitos, por termos sido criados pelo Ser Perfeito. Somente nos resta despertar essas qualidades já existentes dentro de nós.

Deus nos condena ou absolve pelo mecanismo das leis que Ele criou, sabendo antes que iríamos errar, se esse é o termo. Se Ele soubesse que não iríamos cometer faltas, para que existiriam leis? O Espírito, quando chega à perfeição, tem as leis de Deus vibrando dentro de si e nada de exterior o pode envolver, nem tão pouco disciplinar, porque ele é amor.

Vejamos como registrou Lucas, no capítulo doze, versículo cinqüenta e um, as palavras do Mestre Jesus: Supondes que vim para dar paz à Terra?

Não, eu vô-lo afirmo, antes divisão.

Por que divisão, se o Mestre é todo amor? A sociedade, com os velhos ensinamentos, não estava compreendendo o Espírito da letra que vivifica. Trouxe o Mestre novos conceitos, mais puros, mais visíveis, mas, mesmo assim, os homens iriam alterá-los por causa da verdade mais acentuada e se dividiram, como se vê pela quantidade de religiões que se multiplicaram no mundo, alicerçando-se no mesmo Jesus e no Seu Evangelho. Eis a divisão; são sementes lançadas em várias searas, com frutos que nos parecem desviados do verdadeiro objetivo da árvore-mãe, porque os homens não se encontram maduros, na maturação que corresponde ao amor mais puro.

A seara do Senhor é grande, e faltam nela ainda os bons servidores. Os países lutam entre si, gastando quantias astronômicas e matando uns aos outros por causa do orgulho e egoísmo, por um pedacinho de Terra a menos ou a mais, por palavras que desconsertam o adversário. Mas, no fundo, é o poder e o ouro influenciando e dando margem à discussão. Não se segue Cristo, porque Ele não tinha uma pedra onde reclinar a cabeça. A usura é um monstro que devora os ideais enobrecidos dos homens. Eles vendem e compram tudo, colocando o ouro como o seu deus, aquele que atende suas "necessidades". Que fazer agora nessa corrida do ouro? As sementes irão lhes trazer frutos com o mesmo teor da sua semeadura.

Ninguém pode reclamar do gosto amargo e das torturas advindas dos desvios das bênçãos que o Senhor lhe deu, como o poder de pensar. A justiça se faz segundo as idéias de Deus, impressas na lei de amor.

 

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