0851/LE
FATALIDADE
O que chamas fatalidade já é produto do livre arbítrio, pois, antes de
reencarnar o Espírito, por vezes, escolheu determinadas fases para passar.
Se ele escolheu, o acontecimento é uma fatalidade. Mesmo assim, conforme a
sua.vida na Terra, poderá modificar seu destino em algum aspecto,
dependendo do que vai fazer ou está fazendo em favor da humanidade.
Há casos em que os benfeitores espirituais investem na criatura e encurtam
ou alongam a sua vida, desde quando isso sirva para o bem comum. Mas, tudo
depende de Deus, que é, como se sabe, o senhor de tudo que existe na
criação. Quantas enfermidades escolhidas são removidas dos caminhos de
quem as escolheu, porque o mesmo trabalho que, em certa ocasião somente
elas poderiam fazer, o amor pode substituí-las com mais eficiência? A
fatalidade é, pois, produto da escolha de quem deseja progredir.
As provas morais são mais flexíveis, por deixarem a razão livre, por isso
deves exercitá-la na tua defesa, do modo ensinado pelo Cristo. Enfim, nós
todos temos a mente como força de Deus, podendo movimentá-la para a defesa
e o conserto da personalidade em variados posicionamentos, buscando o
crescimento espiritual. Convém que todas as criaturas, principalmente os
espíritas, estudem e meditem sobre todas as palavras de Jesus e na obra
basilar da Doutrina dos Espíritos, para entenderem melhor as leis de Deus
que nos regulam e orientam as nossas vidas, onde estivermos.
O livre arbítrio pleno, do modo que muitos pensam, não existe, mas do modo
que a Doutrina dos Espíritos ensina é uma realidade. As provas que o
Espírito escolhe para despertar, certamente que, depois de despertado, não
têm mais razão de ser, e o Espírito, pela vontade, pode crescer mais do
que havia previsto. Eis ai o livre arbítrio. Quantas pessoas reencarnam
para cumprir determinada tarefa e fazem duas ou três vezes mais? O que ele
merece da parte da Espiritualidade Maior? Um certo alívio das provas e
mesmo das tentações costumeiras a todos os seres. No entanto, existem
alguns, que não desejam que se lhes tirem os fardos pesados e pedem para
continuar com eles, dando exemplo aos que sofrem.
As leis de Deus são justas e sábias em todos os sentidos. No entanto, a
fatalidade acontece com quase todas as criaturas que escolheram seus
próprios caminhos. Existem, porém, muitos encarnados que sofrem por
buscarem sofrimentos, e muitos deles o fazem conscientemente. Os vícios,
por exemplo, são portas de infortúnios e dores sem conta, e hoje quase
todos são conscientes desta verdade. Se já conheces as leis que regem o
corpo físico e as leis morais, procura tratar de ti mesmo, que muitos
males serão banidos pelos teus próprios esforços.
O progresso, pelos seus canais, vem nos dizer muita coisa que antes
ignorávamos. O próprio Jesus disse, e João anotou, no capítulo dezesseis,
versículo doze:
Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não podeis suportar agora.
Entretanto, prometeu enviar o Consolador, para dar continuidade à
revelação, de modo a esclarecer a humanidade. E ele chegou à Terra através
da Doutrina dos Espíritos, revelando e facilitando com meios lógicos o
entendimento das criaturas sobre as leis espirituais, de modo que elas
ficassem mais visíveis a todos os povos. Certamente que esse entendimento
é trabalho paciente, mas seguro. A verdade nunca pára de expressar a
presença do Criador, mesmo que seja lenta, porém progressivamente.
A mediunidade cristã é canal em todo o mundo para mostrar a presença do
Cristo em nós e em toda parte, nos chamando para a libertação espiritual.
Esqueçamos a palavra fatalidade e nos envolvamos constantemente nas
realizações do bem, do amor e da caridade, que todas as fatalidades
deverão, por força da misericórdia do Pai, ceder lugar à fé e às mudanças,
sempre para melhor.
<< Voltar à Página da Questão (L.E.) <<