FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVII

 

Questão 856 comentada

CAPÍTULO 40

0856/LE

SABE O ESPÍRITO?

 

A alma sabe mais ou menos que gênero de morte encerrará sua jornada na carne, porque isto foi antes escolhido, desde quando o seu destino não seja mudado pela Providência Divina. Tudo muda conforme a lei; somente Deus e Suas leis são imutáveis.

Temos como que um livro dentro de nós, que devemos escrever e que estamos escrevendo pelas nossas vidas. Se combinamos determinado tipo de vida a levar na Terra, somos inspirados por esse registro, para que possamos vivê-la. As lembranças que se sucedem em nossa mente vêm com mais ou menos clareza, isso de acordo com a elevação da alma. Há Espíritos que recordam minuciosamente o tipo de vida que escolheram. Esse será mais culpado, se desviar-se dos seus objetivos. Cada ser humano tem uma missão a cumprir na face da Terra.

Pode a fatalidade ser uma verdade em uma vida, e em outra não. Depende muito das mudanças empreendidas pela alma na sua jornada evolutiva. Tudo muda por fora com as mutações por dentro. As religiões do mundo, as filosofias de vida surgiram na Terra como misericórdia de Deus visando às criaturas, sobre essas verdades que a Doutrina Espírita sabiamente anuncia, no entanto, esses movimentos espiritualistas se esqueceram dos Céus para viver quase somente sob a inspiração da Terra. Mas Deus não se aborrece com isso; pelo contrário, Ele já sabia desses desvios morais no que se refere à vida espiritual e a Sua bondade e paciência esperam que todos esses movimentos passem a reclamar consertos. Na hora certa, os benfeitores da Espiritualidade superior aproximar-se-ão desses pastores, inspirando-os a servir de exemplo para os seus rebanhos. Com o tempo, todos os movimentos espiritualistas tornarão a se fundir em um só ideal, o do bem e da verdade, para que o amor seja o clima de luz encaminhado à felicidade das almas em corrida para a consciência tranqüila.

Todo Espírito recebe a intuição divina de que caminha para a paz, que existe Deus e Jesus à sua espera. Não existe nenhum dos filhos que, dentro de si, não reconheça seu próprio Pai. Saímos todos da Fonte Divina e trazemos dentro de nós o perfume de Deus que recende' onde quer que passemos. Quanto mais a alma se encontra no primitivismo, mais as forças da natureza selvagem a dominam, mais se cumpre o fatalismo. Depois que se acende a luz nos corações das almas, elas passam a se libertar de todas as agressões externas, libertando-se e vivendo em plena luz de Deus. Vejamos o que nos fala Tiago, no capítulo um, versículo vinte:

Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus.

O homem desviado das leis naturais do Senhor não pode ser livre; ele é cativo das suas próprias inferioridades. Eis ai a fatalidade das suas próprias escolhas, no entanto, o Espírito que já reconhece no amor a lei mais alta, esse é livre, na liberdade espiritual e muda os acontecimentos com as mudanças internas, que são inúmeras a todos os momentos.

Quantas pessoas que - e os fatos nos mostram - temem, por templo, o fogo. É a intuição as alertando, mas, como não despertaram para a luz do Espírito e nada fazem para descarregar o peso do seu fardo neste sentido, embora lutando para se livrarem de morrer por esse sistema, acabam sucumbindo por ele. No entanto, não existe fatalismo para todos. Os que descarregam seu carma no processo da vida, com todo o amor que a luz requer, têm a mudança do seu destino, que se faz pela bondade do Criador e às vezes sofrem simples queimaduras, tendo sua provação aliviada pelo bem que fizeram aos outros, por caridade.

A vida é uma doação divina e quem dá recebe, essa é a lei da justiça.

 

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