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TEMER A MORTE
A verdade é sempre agradável aos que se encontram preparados para
recebê-la. Os que pressentem a morte, reconhecem internamente que
escolheram aquele tipo de desencarnação e, por vezes, sentem-se aliviados
quando ela dá demonstração de que está chegando. Morrer, para o Espírito
que cumpriu sua missão na Terra, é um prêmio.
Muitos dos que temem a morte, é porque não cumpriram a obrigação que
assumiram no plano do Espírito e procuram por todos os meios viver para
terminar sua tarefa. Uma quantidade enorme de almas consegue adiar o
momento da morte, para completarem sua tarefa, mas tornam a se esquecer
dos compromissos assumidos.
É muito difícil a conscientização completa dos deveres. As religiões estão
incumbidas de despertar seus fiéis no sentido dos deveres ante as leis
espirituais, mas, do modo que elas se encontram, estão igualmente
esquecidas das suas obrigações de orientar seu rebanho. Cumpre com mais
eficiência à Doutrina Espírita, através dos livros e mensagens mediúnicas,
alertar aos companheiros espíritas para se lembrarem dos seus compromissos
no que se refere à caridade, principalmente para consigo mesmos. Não
restam dúvidas de que o ambiente do mundo é bastante negativo para que
cumpram fielmente os deveres, no entanto, o nosso pedido é que se faça
alguma coisa, mesmo que o encarnado não observe fielmente seus mandatos.
Quem teme a morte é o homem da Terra, pelo condicionamento em que se
encontra, principalmente os que gozam as ofertas da matéria. As paixões
escurecem a razão no sentido espiritual. O Homem-Espírito não teme o
momento de partir para o lugar de onde veio, principalmente aquele que fez
o que deveria realizar pela sua libertação espiritual.
O homem inteligente e espiritualizado compreende que a morte é libertação,
mas, da criatura que não pensa no Espírito, dizendo que não lhe sobra
tempo para tal conhecimento, o tempo mesmo se encarrega. Não é preciso que
julgues essas criaturas; há época para tudo na vida, tanto para plantar,
quanto para colher.Eles próprios estão se condenando e não devem receber
condenação de ninguém. Paulo, quando escreveu a Tito, assim disse em sua
carta, no capítulo três, versículo onze:
Pois sabeis que tal pessoa está pervertida e vive pecando, e por si mesma
está condenada.
As pessoas que estão pervertidas e que, por vezes, têm boa saúde, boas
relações e bens materiais, Deus está esperando como filhos pródigos a
voltarem para a casa. A hora do chamamento chega mais rigorosamente e não
precisa dos seus irmãos as violentarem para que elas sofram mais depressa
a corrigenda. Deus estabeleceu leis para corrigir e educar a todos. Se
Jesus não quis condenar a mulher adúltera, como nós, Espíritos endividados
com a lei, vamos ser juizes de um procedimento que também já tivemos no
passado?
Os que temem a morte, por vezes com escândalo, desconhecem a sua função na
vida. A desencarnação é uma lei natural; tudo muda, tudo se transforma,
mas nada desaparece. A Doutrina Espírita veio nos ensinar a encarar face a
face a morte e vencê-la, compreendendo que tudo é vida e que ninguém
morre, não somente o homem, mas todas as coisas. Até o próprio vírus, sai
de uma forma para entrar em outra, e é nesse entrar e sair que ele se
aprimora cada vez mais.
Disse o benfeitor espiritual, certa feita, a Allan Kardec, que ele também,
Kardec, já tinha sido átomo. Por aí vemos que as transformações são
necessárias para que possamos encontrar a vida cada vez mais bela, como
flor de Deus, a perfumar os caminhos por que percorremos.
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