FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVIII

 

Questão 868 comentada

CAPÍTULO 01

0868/LE

FUTURO

 

O passado de todos os Espíritos está mais ou menos escondido no subconsciente, de modo a permitir à alma andar mais livremente em busca do melhor. Se ele viesse à tona da mente presente, é certo que perturbaria a vida atual, em face dos deslizes do Espírito nas leis espirituais.

O aprendizado das almas no mundo é cheio de altos e baixos, dando conotação e afirmando posições para um breve aprimoramento da vida. Nada se perde e Deus aproveita todos os nossos atos para nos ensinar a viver e compreender a lei do amor e da justiça.

Conhecer o futuro, se ele se encontra escondido nas dobras do tempo, igualmente poderá nos interromper em nossa marcha de ascensão para o amanhã. O homem não está preparado para conhecer o seu próprio futuro; se por acaso fosse ele revelado antes do tempo, o Espírito reencarnado iria fazer todos os esforços para modificá-lo, e poderia atrapalhar sua caminhada, no que diz respeito ao aprendizado.

Em muitos casos, a alma vestida de um corpo físico tem vaga lembrança do passado e uma embaciada intuição do futuro, no entanto, esta é tão leve que não atrapalha a caminhada. É qual sonho que não interrompe a vida que deve levar.

Jesus veio com uma doutrina de modo a nos mostrar os nossos deveres ante a paternidade universal, que tem o poder de aliviar o peso dos nossos ombros quando na carne, como também limpar o miasma magnético de vidas que não soubemos aproveitar por empanamento da ignorância. Mas, com a Doutrina Espírita, o mundo ganhou de novo outro Consolador, aquele que Jesus havia prometido, ficando conosco para sempre, por ter vindo em forma de uma doutrina, revelando leis e nos ajudando a vivê-las, pondo-nos a par, eventualmente, tanto do passado quanto do futuro.

O ponto energético de todos esses acontecimentos e que pode desfazer todos os empecilhos dos caminhos é a caridade, na forma de amor, para que possa se dar a reforma interior das criaturas. O futuro, tanto quanto o passado, Deus permite que em casos raros seja revelado, quando Ele achar conveniente e que sirva para beneficiar a humanidade, como no caso de Paulo de Tarso no caminho de Damasco. Ele, Paulo, não somente recebeu a mensagem de Jesus para o que deveria fazer, como se recordou dos erros do passado, vendo igualmente o futuro de luz, quando viesse a cumprir os seus compromissos junto à Divindade. Vejamos essa passagem do Evangelho, anotada por Mateus, no capítulo vinte e dois, versículo vinte e um:

Responderam: de César.

Então lhes disse:

Dai, pois, a César o que é de César, E a Deus o que é de Deus.

Na sua fúria, e somente olhando para a Terra, Paulo queria somente dar a César, esquecendo-se de Deus na sua plenitude. Quando ele passou a dar a Deus o que era de Deus, entendendo as leis do Senhor, respeitava as leis dos homens no ponto que elas merecem respeito, limpando o passado e plantando as sementes do amor, para que o futuro pudesse corresponder ao salário a que fez jus.

Quando se começa a amar, a caridade é feita em todos os seus contornos, e o perdão passa a ser o clima de vida, não interessando por conhecer mais o passado nem o futuro, porque se vive no eterno com Jesus. Nascemos para a harmonia, e quando sentimos seus princípios como sinfonia em nossos corações, isto é promessa do céu e de Deus, como sol no coração.

Para que conhecer passado e futuro, se vives somente o bem? Entrega a Deus essa busca, pois Ele sabe a hora de revelar o que deve ser conhecido.

 

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