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SUCUMBIR NA PROVA
Abrimos esta página com a anotação de João, no capítulo três, versículo
trinta e cinco, que diz:
O Pai ama ao filho, e todas as cousas tem confiado às suas mãos.
Deus confia sempre em Seus filhos, porque a todos os conhece; necessário
se faz que correspondamos a essa confiança de Paternidade Divina. Muitos
questionam que, se Deus é onisciente, por que deixa que os Espíritos
sucumbam nas provas? Busquemos a resposta com nosso raciocínio, que a
razão nos responderá, principalmente quando conhecemos a Doutrina
Espírita.
É bastante claro para os estudiosos que, em se sucumbindo no caminho não
se perde tudo; as experiências ficam, e muito aprende o Espírito na
própria queda. Os grandes Espíritos que hoje se apresentam envoltos em
luz, já sucumbiram no passado, recolhendo experiências nessas lutas. Então
não vale a pena lutar? É de luta em luta que chegamos ao objetivo, na
condição de alunos, ou mesmo professores para os que vêm em nossa
retaguarda.
A impressão que dá a palavra sucumbir é de fracasso, entretanto, devemos
entendê-la como lição. O aprendizado é contínuo e naquele que erra se
gravam mais as lições e o conhecimento das leis de Deus, porque é
reparando o erro que o Espírito adquire experiência.
Deus não criou o homem perfeito porque, a ser assim, não precisaria criar;
ele ficaria no Seu seio divino, para a divina ventura espiritual. Quis o
Senhor que tivéssemos personalidade, mostrando o seu trabalho perfeito,
mas, na seqüência de despertamento dos valores eternos. Devemos estudar o
Espírito, e isso fazemos constantemente, mas, conhecer totalmente a nós
mesmos, depende de muito tempo e até mesmo de vivermos fora do tempo e do
próprio espaço. Se nos confundimos com pouca coisa, em se referindo a nós,
quanto mais em conhecer a vida e seus pormenores! Quando estivermos
confundidos em assuntos relevantes como Deus, Cristo e nós mesmos,
busquemos a oração, que ela alivia e nos ensina até onde devemos ir, no
nosso crescimento espiritual.
Verdadeiramente somos crianças ante Jesus, e é justo que tomemos alimento
de criança para não nos desequilibrarmos nas nossas fraquezas. O Pai nos
deu liberdade de escolha, por saber que primeiramente iríamos escolher o
mal, para que esse mal nos mostrasse o bem com maior firmeza de vida. Se
assim não fora, não o permitiria. Já falamos muitas vezes que o mal não
existe; ele é a estrada para chegarmos ao bem com mais certeza no amor e
na verdade. Deus certamente não irá punir um filho antes que esse filho
experimente caminhos divergentes do amor, mas que, ao fim, levem a esse. O
próprio juiz da Terra somente condena depois do erro. Essa é a dignidade
da sua posição.
Se queres saber o que a alma primitiva vai fazer em seu caminho de
despertamento espiritual, observa tuas próprias crianças; somente o tempo
tem o poder de modificação das criaturas. A luz não pode se fazer em uma
residência sem primeiro o projeto da sua fonte, a feitura da mesma, os
fios, as lâmpadas. Assim as criaturas de Deus existem e têm uma seqüência
de vida, de trabalhos e de desvios, se podemos chamá-los por esse nome.
Depois, vêm a bonança, a harmonia mental e a tranqüilidade de consciência
que não se perturba.
Para o espírita estudioso não é preciso conhecimento do futuro, pois o seu
presente está de certa forma ligado ao futuro. Colhemos somente o que
plantamos e ele sabe que está colhendo o que plantou no passado.
Entretanto, a fé, as mudanças internas em seu favor têm o poder de limpar
com mais urgência o magnetismo inferior que a invigilância criou.
Confiemos em Deus e em Jesus, que tudo mais nos virá por misericórdia.
Essa é a nossa grande alegria de viver, trabalhando e ajudando, pois
sabemos que nunca nos faltará a luz de Deus em nossos caminhos, e ela fica
cada ver mais visível para os companheiros que estão despertando para a
vida maior.
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