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AÇÕES HUMANAS
Sabemos a responsabilidade de escrevermos sobre "O Livro dos Espíritos",
no entanto, nos propomos a fazê-lo no intuito de esclarecer cada vez mais
as leis naturais que exercem total influência sobre todas as coisas,
principalmente os Espíritos.
As leis existem por existirem almas para educar. Depois que as almas
estiverem despertadas em todos os seus valores, elas serão as "leis
andantes", que por toda parte somente farão a vontade de Deus.
As ações humanas e mesmo as espirituais, digamos dos Espíritos livres,
partem de uma vontade que acionamos ou não, segundo nosso livre arbítrio.
Existe, sim, uma programação de Deus; as leis de Deus agem por toda a
criação e vivemos dentro dela. Estamos presos, ou somos escravos da lei.
Quando falamos em livre arbítrio, não quer dizer que somos totalmente
livres, que nos é dado fazer o que quisermos, onde quer que seja. Nunca
seremos livres de Deus. Ele nos dirige, através dos Seus emissários,
educando nossas emoções e disciplinando nossos impulsos. Nós temos
liberdade para escolher o que o Senhor achar mais conveniente. O ignorante
não pode ter livre escolha em tudo que deseja. Já pensaste se os
encarnados, todos eles, pudessem escolher à vontade o tipo de vida que
desejam e tudo o mais? A própria lei humana corta seus interesses, pela
disciplina, e por vezes a consciência não concorda, e a consciência é Deus
nos convidando para o amor.
Para que entendamos o livre arbítrio, é necessário mais despertamento
espiritual, nos caminhos que percorremos. É preciso orar e vigiar mais,
que os ensinamentos da vida surgirão gradativamente para o nosso
bem-estar.
A fatalidade existe em relação a algumas coisas, como já foi dito; em
outras, pode ser modificada pela misericórdia divina, inspirada na fonte
do amor. A desencarnação é uma fatalidade, por ser imutável e certa, como
o nascimento na faixa em que se encontra o homem. A vida é uma fatalidade
e, queiramos ou não, temos de viver. Por esta visão das coisas, podemos
reconhecer outras, mas a condição moral muda por fora, se mudada por
dentro da vida, na intimidade dos corações. Quem faz a fatalidade são os
erros, os procedimentos inferiores, as paixões.
Vamos ouvir Paulo falando aos Romanos, no capítulo sete, versículo
dezessete:
Neste caso, quem faz isto não sou mais eu, mas o pecado que habita em mim.
São as ações humanas, os feitos que se acumulam na consciência,
tornando-se fatalidade. As sementes plantadas dão frutos. O homem não é
uma máquina como as dos homens. Certamente que não, porque as máquinas
foram feitas por ele e o Espírito, por Deus. A diferença é muito grande em
todas as seqüências da vida. A idéia de Deus neste sentido ainda não
penetrou a mente humana, e quase sempre os seres humanos entram em
contradição acerca do livre arbítrio, porque diante de Deus e das Suas
leis somos servidores para sempre. As faltas que cometemos têm por fonte
única a ignorância. Quando aprendermos o mal que ela nos causa, será pela
inteligência que iremos nos afastar delas, passando a viver somente a
verdade que tem o condão de nos dar a liberdade.
Oremos e confiemos, procuremos fazer a vontade de Deus, se a capacidade
suportar, que o resto virá por misericórdia, onde o amor será sempre o
canal de Deus para Seus filhos do coração.
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