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SENTIMENTO DA JUSTIÇA
A justiça se encontra nas leis da natureza, onde ela se expressa com maior
fulgor, no entanto, pode ser e é copiada pela sensibilidade humana.
Todo o ser humano sente o impulso de revolta ao deparar com uma injustiça,
seja com criaturas humanas, com animais, ou mesmo em se agredindo a
natureza. Toda e qualquer violência, em qualquer parte, .causa revolta.
Por que isso ocorre? é que a justiça se encontra irradiando onde se pode
colocar a ponta de um alfinete quase invisível aos olhos humanos.
Entrementes, as paixões dos seres pode empanar certos sentimentos de
justiça pela força da ignorância, de maneira que ela não flui da
consciência para a razão, mas nunca deixa de se esforçar para atender aos
urgentes casos do coração e da fé.
Sabemos que o progresso moral desenvolve o sentimento de justiça,
entretanto não o dá. Não é ele a sua sublime fonte, no avanço da educação
e da disciplina. A lei de justiça está vibrando no centro da sensibilidade
da consciência, semente divina, na sua divina expressão, colocada por Deus
no energismo da vida.
Entre os animais e os Espíritos primitivos a justiça se manifesta pelo
instinto e pela intuição, enquanto, por vezes, ela falha nos doutos,
devido a razão e o interesse pessoal invadirem à área do coração, criando
distúrbios na personalidade humana.
O trabalho grandioso dos grandes profetas que vieram antes de Jesus, e dos
sábios em todo o mundo, foi pregar a justiça, limpando as veredas e
ampliando meios para que pudesse descer até nós o amor trazido por Jesus.
O sentimento de justiça não é adquirido no percurso das eras, mas, sim,
estimulado pelo progresso e o despertamento dos Espíritos em ascensão para
a Vida Maior. Tudo vem de Deus para a Terra e passa pelos processos que
Jesus estabeleceu. Ele, o Mestre dos mestres, é, pois, o Pastor do rebanho
terrestre, de cujas mãos despertamos para a vida racional. Os nossos olhos
deverão ser abertos pelas mãos sábias do Cristo, que devemos encontrar
dentro de nós, trabalhando a nossa própria vida.
Busquemos em João mais segurança, no capítulo nove, versículo dez, que
diz:
Perguntaram-lhe, pois:
Como te foram abertos os olhos?
E aquele que havia sido cego apontou logo o instrumento de Deus no
exercício da caridade, para mostrar como convém olhar as coisas, sem
deixar de ensinar os preceitos divinos, para estabelecer a harmonia no
coração daquele que não enxergava. A Doutrina Espírita vem como o
Consolador Prometido, abrir igualmente os olhos dos homens, de modo que
eles possam ver com mais clareza a vida e conhecerem a si mesmos,
conscientes dos caminhos a percorrer.
Verdadeiramente, a justiça faz parte de todas as virtudes acionadas por
Deus,'em todos os ângulos da criação.
Justiça é paz,
Justiça é amor,
Justiça é luz,
Justiça é dor.
Devemos ampliar a justiça dentro e fora de nós, não somente entre os seres
humanos, pois ela cabe em toda a nossa vida. Não podemos deixar lugar para
o egoísmo. Bem sabemos que se trabalharmos só com uma mão, a outra se
atrofiará; se andarmos somente com uma perna, a outra esquecerá sua
função; se olharmos só com um olho, o outro passará a apagar-se; se
fizermos economia de um ouvido, o outro perderá a sua função de trabalho e
assim por diante. A vida é binária, é a expressão da justiça e do
desprendimento. Todos trabalham para a grandeza do todo.
A razão aí está também para descobrir essas coisas, e não para impedir a
filtragem das leis do Criador.
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