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SEGUNDO A LEI NATURAL
Segundo a lei natural, o direito de um é o direito de outro, por serem
todos iguais diante de Deus. Não é justo que uns tenham direitos
diferentes dos outros, ante o Pai que se encontra na direção de tudo que
existe.
Podemos observar a justiça interna, mesmo entre os órgãos que trabalham,
sem nada exigir, para garantir a harmonia do conjunto sobre uma mente
instintiva, recebendo ordens e mais ordens da consciência. Cada órgão, em
seu lugar, tem trabalho a fazer. Segundo a lei natural, a lei de Deus é a
mesma lei interna, que podemos observar quando despertados para tal, pelos
processos que chamamos de dor e depois de amor.
Uma das nuances da lei da justiça é que cada um seja respeitado em seus
direitos, sejam homens, países ou mesmo os mundos habitados. Os próprios
átomos e planetas têm suas órbitas como sinal de respeito pelos que
circulam por perto. O que chamamos de "lei da gravidade" nos mostra onde
termina o direito do outro vizinho. Assim no mundo, com os pertences das
criaturas: a lei se expressa em cercas, muros e papéis, afigurando o dono.
Invadir os direitos dos outros passa a ser injustiça e falta grave, que
merece punição.
Em Atos dos Apóstolos, capítulo nove, versículo vinte e quatro, passamos a
ler o seguinte:
Porém o plano deles chegou ao conhecimento de Saulo; dia e noite guardaram
também as portas para o matarem.
Vejamos aí a falta de respeito para com a vida alheia, a injustiça; por
que Saulo não teria direito de pregar as idéias de vida e de justiça?
Paulo sabia na carne o que era lutar contra Deus; o seu próprio mestre
Gamaliel o informou sobre isso.
Desrespeitar a justiça é criar fogo para o seu próprio caminho. É o que
não devem fazer os homens que estão lendo todos os dias o Evangelho. A
primeira coisa que devemos fazer é respeitar os direitos dos outros, para
que os outros respeitem os nossos. Se queremos colher bons frutos, não
podemos esquecer as boas sementes. Busquemos a vida, que a vida mais
intensa nos busca; demos a paz, ou estimulemos essa paz, que a paz vem ao
nosso encontro, com todas as nuances de vida; perdoemos aos nossos
ofensores, que eles tornar-se-ão nossos amigos do coração. Quando nos
descuidamos dos nossos órgãos, eles se descuidam de nós; quando
maltratamos as crianças, o coração sente.
As normas de vida mais excelentes são as dadas por Jesus em Seu Evangelho,
porque ele estimula a vida e dá visão aos que padecem de cegueira.
Segundo a lei natural, é dando que recebemos; se escolhemos a dádiva, a
vida, senão a lei, escolhe a recompensa na mesma dimensão. O verdadeiro
critério de justiça começa na intimidade de cada um, porque a injustiça
que pensamos fazer aos outros começa a ser deturpada dentro de nós mesmos.
Os erros alimentares são uma injustiça com o nosso próprio organismo. Os
vícios são injustiça com muitos dos corpos que nos servem, para que
tenhamos harmonia no coração. A perca do sono em demasia, por coisas vãs,
é uma injustiça para com o instrumento de carne. O trabalho que ultrapassa
nossas forças é, igualmente, injustiça com as nossas qualidades de servir.
A Doutrina Espírita é um manancial de orientações espirituais, que vão
chegando do céu de acordo com as necessidades da alma. Não a desprezes,
pois é na luta para compreendermos a justiça, que o amor nos chega ao
coração.
Se acordamos para o direito pessoal, devemos saber em seguida que devemos
respeitar o direito do próximo. Jesus não pediu aos homens para amarem ao
próximo como a eles mesmos? Eis ai a lei com mais evidência, buscando-nos,
para que nos tornemos felizes, no cumprimento dos nossos deveres.
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