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OBRIGAÇÕES ESPECIAIS
Criamos sempre deveres especiais por onde transitamos, elevando a nossa
capacidade de trabalho no campo em que estamos situados. Certamente que a
necessidade que o homem tem de viver em sociedade cria deveres especiais
que lhe abrem igualmente os caminhos do conhecimento. Existem muitas áreas
a serem pesquisadas, e elas esperam a nossa boa vontade de buscá-las,
enriquecendo assim nossas experiências, que são valiosas frente a nossa
libertação espiritual.
Quando vivemos em conjunto, criamos muitas leis e obrigações, como sendo
deveres para que os outros possam nos ajudar; eles recebem de nós o
estímulo de vida e o respeito. Viver em sociedade é crescer em Jesus,
Pastor de todo o rebanho da Terra. A capacidade da criatura aumenta
porque, se encontramos mais conforto em conjunto, ele nos pede mais
compreensão, no sentido de nos educarmos, para servirmos melhor.
O homem, na sociedade, é obrigado pelas circunstâncias que o rodeiam, a
ser equânime para com os seus companheiros. Esse gesto é semente de luz
para a luz do seu próprio caminho. A alma evoluída compreende com
facilidade seus deveres ante a sociedade e ainda ultrapassa o cumprimento
desses deveres com obrigações a mais, e faz tudo isso por amor e com amor.
O seu coração pulsa para a fraternidade, e vive feliz por saber conquistar
os corações, exemplificando a verdade. O sábio não faz outra coisa, e os
chamados místicos somente se interessam pela harmonia que possa visitar os
corações desesperados.
O respeito que se deve ter em relação aos outros é força da justiça, e
todo aquele que respeita os direitos alheios desperta nas criaturas uma
simpatia maior pela sua pessoa, capaz de levar a quem bebe essa sabedoria
a vontade de fazer o mesmo em seus caminhos, rendendo-se e se entregando
igualmente ao amor.
A justiça é o equilíbrio da vida em todos os aspectos. Mesmo que percamos
algo de material, façamos justiça por onde passarmos; mesmo que as nossas
relações de amizade piorem pela incompreensão dos amigos, façamos justiça,
pois depois seremos reconhecidos. Mesmo que passemos pelo mundo
desprezados por muitos, em nossa dignidade, façamos justiça, pois ela é
lei divina que sustenta o Universo em paz.
Os que somente vêem na justiça um seguro para se defenderem dos que os
atacam, são inspirados nas paixões, no orgulho e no egoísmo. Esquecem-se
da disciplina e da justiça consigo mesmos, em se respeitando aos outros.
Escreveu João, em sua primeira epístola, no capítulo quatro, versículo
cinco:
Eles procedem do mundo; por essa razão falam da parte do mundo, e o mundo
os ouve.
É muito antigo dentre os homens o costume de "lavar a honra", quando
desacatados por outrem. Quando revidam, por vezes tirando a vida do
ofensor, a sociedade reconhece isso como honra ou defesa própria, ao passo
que se esquece ou se faz esquecida de praticar a justiça do modo ensinado
por Jesus e respeitar os direitos que andam com eles a caminho.
A primeira obrigação para com os semelhantes é respeitar seus direitos.
Eis ai o ponto alto da justiça, mostrando para com os outros que todos têm
os mesmos direitos diante do amparo das leis de Deus. Todas as sociedades
do mundo são movidas pelas leis de Deus e nela inspiradas, no entanto, as
leis dos homens são de acordo com o grau de elevação da mesma sociedade.
As leis da Terra evoluem com o crescimento espiritual dos povos. É como o
rio que fornece sua água para as necessidades do povo, mas que reserva o
seu volume maior para assegurar a sua distribuição, devido ao crescimento
das necessidades das nações. As leis universais abrangem toda a criação
como torça divina, para a divina harmonia, nunca deixando de cair em forma
de gotas nas leis humanas, dominando-as, e nesse domínio mostra a
existência de Deus amando aos Seus filhos.
A vida social cede direitos para todos, na igualdade que lhe cabe doar,
mas mostra deveres que não podem ser esquecidos pelos companheiros que
vivem em conjunto. Em tudo que Deus fez, a lei de justiça brilha, mesmo
que receba outros nomes, mas é a mesma harmonia que pode se transformar
até no amor.
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