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VIVENDO A JUSTIÇA
O caráter do homem que pratica a justiça em toda a sua pureza, é o do
homem reto, ao qual nunca falta a tranqüilidade de consciência. Todavia,
esse homem dificilmente aparece na área terrena. Mesmo estudando os
grandes personagens, notaremos uma tendência para o interesse próprio,
para a família a que pertence, ou mesmo para o país em que nasceu.
A justiça universal, que acompanha os sentimentos puros em todas as forças
da justiça com amor, só a conhecemos em Jesus. Certamente que muitos dos
Seus acompanhantes passaram a viver Seu reflexo, mas sem nunca serem
iguais a Ele, por ser o Mestre um verdadeiro Sol de Amor.
O verdadeiro justo tem todas as qualidades afloradas no seu comportamento.
É sempre caridoso porque ama em toda a extensão da palavra amar. O mundo
espiritual elevado que nos dirige, não exige de nós certa pureza
espiritual, por reconhecer que todo avanço da alma é gradativo. Se,
porventura, observamos Espíritos que estiveram na Terra e deram um avanço
descomunal, qual Paulo de Tarso e Santo Agostinho, não é porque se
prepararam de uma vez; eles passaram por muitos milênios se preparando
para esses avanços espirituais. Notemos os próprios astros: a seqüência
das suas marchas tem um ritmo, e até as escalas periódicas dos elementos
nos mostram um equilíbrio de comportamento, para refletir no todo a paz, a
harmonia da vida.
A natureza vive a justiça, a justiça vive a caridade, a caridade vive o
amor, e o amor expressa Deus para todos os Seus filhos do coração. Não
devemos pensar que podemos conquistar a justiça perfeita de momento para
outro; essa conquista é gradativa, como o é tudo. Não devemos esmorecer
nesta busca, mas idealizar sempre o melhor, na qualidade de filhos de
Deus, sentindo a esperança de que somos todos herdeiros da vida, cada vez
mais em profusão.
Se queremos sentir paz no coração, esforcemo-nos para viver a justiça.
Comecemos com as simples coisas, com nós mesmos, nas nossas próprias
idéias, na nossa própria família, na nossa vida diária, que veremos a
suavidade penetrar nossos corações e estabilizar nossa consciência.
Quem pensa na justiça, trabalhando para mostrá-la aos outros pelos seus
atos, passa da morte para a vida. A vida domina, a luz interior espanca as
trevas, e a alegria desponta, na frente do sorriso, a iluminar os próprios
gestos. No capítulo três, versículo catorze, da primeira carta de João,
ele nos afirma:
Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos;
aquele que não ama permanece na morte.
Eis aí a fala do companheiro em Jesus, nos mostrando o valor do amor e da
justiça. Se já sabemos destes valores imortais da alma, porque não os
buscarmos, com todas as nossas forças? A verdadeira justiça é imparcial,
mas amorosa; é tranqüila, mas enérgica nos momentos precisos; é certa, mas
paciente. É por isso que ela expressa a caridade e o próprio amor, o
direito do homem respeitado, mostrando a ele seus deveres sem violência.
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