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DEFESA DOS BENS
O homem tem o direito de defender os bens que possui, desde quando eles
tragam a marca da honestidade. Mas, existem muitos meios lícitos de
defesa, pelos quais podemos assegurar os bens terrenos para nós e para os
nossos, sem que a usura se intrometa, desestruturando a nossa vida.
A melhor defesa dos bens terrenos é a honestidade, ou seja, se não
lesarmos a ninguém, estaremos construindo defesa segura em todos os lados
dos bens materiais. Não nos esqueçamos, igualmente, de ajudar aos que
precisam do pão, da veste e do teto. Lembremo-nos da palavra bem formada,
assinalando o amor, a fé e a vida.
O dever do cristão é semear vida, para colher vida; semear a fé, para
colher a certeza; semear a caridade, para colher a benevolência; semear o
perdão, para colher a amizade; semear o amor, para colher a felicidade.
Eis as melhores defesas de tudo o que nos pertence na vida; entretanto,
existe o passado a nos cobrar no presente e que, por vezes, nos leva a
ceder a muitas coisas para saldar as dívidas que fizemos, para
descarregarmos as energias inferiores que acumulamos por invigilância. A
vida transformará essas perdas em lições valiosas para o futuro.
A legítima propriedade é aquela que acumulamos com o trabalho honesto, e a
mais legítima são os valores da alma, que bem conhecemos, e dos quais o
Evangelho dá notícias.
O velho texto sagrado, repetido no livro no qual nos inspiramos, nos diz:
"Não roubarás". Se não roubas, certamente que ninguém roubará de ti,
confirmando a palavra de Jesus, que disse: "- Dai a César o que é de
César, e a Deus o que é de Deus".
Certamente que a justiça que se pratica defende todos os bens externos,
porque os bens imperecíveis, que são os internos, a esses ninguém tem
acesso, por estarem depositados no coração da vida. Aquele que os
conquistou, assegurou-os para a eternidade afora, garantidos pela luz de
Deus no centro do coração. O homem interno passa a esquecer o homem
externo.
O homem superficial gosta de ser bajulado, ativando a vaidade e a
prepotência. Vejamos a sua conduta, que Mateus descreve no capítulo vintes
três, versículos seis e sete, assim assinalando:
Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
as saudações nas raças públicas, e o serem chamados mestres pelos homens.
O homem iluminado não se interessa por essas vaidades breves; apaga-se na
humildade, para que o Cristo cresça no seu íntimo. Isto basta para ter
vida, dentro da vida de Deus.
Podemos defender tudo o que possuímos, mas necessário se faz que a nossa
defesa seja cristã, na ordem do amor e na vibração da fraternidade,
compreendendo que a vida é de quem mais doa, de quem oferta seus valores
que, quanto mais circulam, mais dão notícias do seu doador.
Ajustemos a mente na mente divina, que Jesus passará a ser roais visível
na nossa intimidade, nos dizendo: "A paz seja convosco". Envolvamo-nos na
justiça e vivamos felizes com o que possuímos.
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