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LEGÍTIMA PROPRIEDADE
Em se falando das coisas da Terra, a legítima propriedade é aquela que é
adquirida pelo trabalho honesto em todos os seus pormenores. Não existe
meio termo para a honestidade; ela é reta em todas as suas circunstâncias
de justiça.
Quando a aquisição das propriedades passa a prejudicar aos outros, ela já
não é legítima. Se não seguimos na linha da justiça, aparece o roubo,
torce-se a lei que nos manda respeitar os direitos alheios. Quem esquece
esta diretriz da harmonia divina sofre as suas conseqüências.
A legítima propriedade é justa, é sincera, é honesta. Digno é o
trabalhador do seu salário, mas ele não pode receber o salário sem o
esforço no trabalho proveitoso. Comecemos a trabalhar pelo pensamento, na
formação das idéias, no arranjo das palavras e no nosso modo de viver
todos os dias. São propriedades morais que devemos acumular, circulando
igualmente esses valores pela vida. Esses dons, quanto mais são doados,
mais crescem no coração, com as bênçãos da consciência.
Desde quando se dê prejuízo a alguém em qualquer situação, o que lhe for
devido chega às suas mãos alterado, e não lhe pode ser de todo útil. Não
se deve esquecer de todos os seus sentimentos, pois, pelas bênçãos de
Deus, pela prece sincera, pode-se marcar seus caminhos com a vigilância,
fazendo tudo com bom senso, na ordem do amor.
O que desejamos de melhor para nós, ofertamos ao nosso irmão em caminho.
Toda oferta é semente do coração, para os corações que pulsam no mesmo
ritmo de vida. Em todos os nossos esforços de paz, sempre aparecem
Espíritos de luz para nos confortarem nos caminhos do aperfeiçoamento.
Lucas, no capítulo vinte e dois, versículo quarenta e três, nos descreve o
seguinte:
Então lhe apareceu um anjo do céu que o confortava.
Os anjos do céu estão a postos ao lado dos que trabalham por amor às
criaturas, inspirando-as nos serviços da caridade. Mas, se esquecerem do
bem comum por onde percorrerem, ficarão sem essa ajuda, porque eles não
desejam perder tempo com quem não deseja crescer. Neste caso, aparece o
anjo da dor, dos problemas e dos infortúnios, para forçar o candidato a
entender o objetivo da vida na Terra.
Enfim, a verdadeira propriedade nasce do amor; ela se divide em variadas
virtudes, para permanecerem na nossa vida como agentes de Deus e mestres
do coração, estabelecendo na nossa intimidade o verdadeiro celeiro dos
bens imperecíveis, luzes que nunca se apagarão da nossa consciência. Quem
vive ao nosso lado é nosso próximo, e recordemos o que Jesus nos pede para
fazer com ele.
A aquisição dos bens materiais é, e deve ser, em lições. Se abusarmos
destas oportunidades, elas se transformam em espinhos em nosso caminho, de
modo a aprendermos a viver nas trevas, buscando mostrar a luz da caridade.
A Doutrina dos Espíritos vem para os homens, a mostrar-lhes que todas as
propriedades são nobres, desde quando sejam bem usadas pela lei de
justiça. Lembremo-nos que tudo pertence a Deus, único dono de todas as
coisas, até mesmo de nós.
O coração de Deus pulsa no universo, nos doando vida abundante. O de
Cristo, pulsa dentro de nós, nos mostrando Deus na consciência.
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