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SERÁ LIMITADO?
Do ponto de vista espiritual, o direito de propriedade dos bens
imperecíveis do Espírito são ilimitados. Tudo é de Deus e,
conseqüentemente, dos Seus filhos, porém, é de ordem divina que saibamos
usar os bens que possuímos.
Mesmo se adquirimos as coisas com honestidade, convém à lei que as
saibamos usar com discernimento, não buscando prender os valores de modo a
não servirem para ninguém. A circulação dos valores é lei natural que dá
vida às coisas que se movimentam.
O usurário guarda seus bens, mas esses bens guardados não servem nem para
ele nem para os outros, e Deus nada fez para ficar imóvel. Se não se
precisa de tais ou quais roupas, que sejam dadas a quem precisa. Que se
aja assim com a comida, a bebida, os alimentos e com a própria força
espiritual que emana dos conhecimentos: passemo-la para os que carecem de
instrução. A nossa boca foi feita para falar e os ouvidos para ouvir. Não
os fechemos, que estaremos fechando os condutos por onde passa a luz para
o nosso coração.
Usemos tudo que Deus nos deu. A vida é circulação, o que podemos notar em
todos os reinos da natureza. Na posição do homem, no grau em que se
encontra para a luz, por ignorância ele tenta interromper o crescimento
dos seus próprios valores.
O Espiritismo, pela ação dos benfeitores espirituais, envia mensagens de
todas as ordens para os homens, no sentido de que eles trabalhem na
caridade, porque fora dela não há salvação, e essa caridade com Jesus se
divide em mil mãos, capazes de ajudar servindo a todos os povos e
despertando todas as nações para a paz universal, usando as coisas sem
desperdício e alimentando a vida pelos processos do amor.
Pode ser ilimitado o direito de propriedade das coisas materiais,
conquanto possamos encaminhá-las rumo às necessidades dos que sofrem, dos
famintos de pão, de vestes, de teto e de paz. O amor não tem limites;
podemos amar em todas as direções. O milênio que se aproxima vem nos
favorecer um ambiente de compreensão, de modo que a Doutrina dos Espíritos
encontre os corações preparados para que possam amar a Deus em todas as
coisas, e sentir o próximo na igualdade que Deus os criou. O mundo, por
enquanto, não suporta mais luz do que a que nele se encontra. Até essa
traz um pouco de distúrbio nos sentimentos de quem não esteja preparado
para ela, qual aconteceu com os discípulos do Cristo, quando Ele foi orar.
Meditemos em Lucas, no capítulo vinte e dois, versículo quarenta e cinco,
que diz deste modo, expressando-se em verdadeiro sentido:
Levantando-se da oração, foi ter com os discípulos e os achou dormindo de
tristeza.
É o que ocorre com certos companheiros: desejam avançar no despertamento
espiritual, mas quando chegam as provas, as lutas internas, passam a
dormir de tristeza nos campos de luta. Devemos nos preparar para as lutas
com nós mesmos, para vencer todas as dificuldades e acender a luz no
coração.
É certo que tudo que adquirimos legitimamente é nossa propriedade,
entretanto, é preciso saber que uso vamos fazer desta propriedade. É bom
que saibamos que no universo, por lei, nada pára. A vida é movimento,
porque Deus não cessa de criar, e Jesus está sempre operando. Se assim não
fora, a Terra já não existiria mais.
Os direitos dos homens na Terra são mutáveis, porque eles estão em um
processo de ascensão. A cada dia surgem novas coisas e novas leis humanas;
reformam-se as leis constantemente, porque o progresso é Deus ativando
Seus filhos para o despertamento maior. é por isso que em um século as
leis por vezes são normais e já em outro entram na decadência. No entanto,
a substituição é o amparo dos próprios homens inspirados pelos benfeitores
que dirigem as nações.
Repetimos que a verdadeira propriedade são os talentos de vida, colocados
por Deus no coração das criaturas, na cidadã da consciência.
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