FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVIII

 

Questão 889 comentada

CAPÍTULO 22

0889/LE

BOA EDUCAÇÃO MORAL

 

A educação na vida da criatura constitui força poderosa para o seu despertar. Com relação às condições do mundo íntimo de cada um, se faz necessário o estímulo exterior, agindo, como que um chamado.

A educação moral do homem já é um merecimento; quantas almas, podemos observar, reencarnam em lugares em que os seus pais desconhecem até mesmo a higiene! É culpa delas, renascerem neste ambiente? Isso tudo é processo de vida, são linhas traçadas pelo próprio Criador, para que mais tarde venham a merecer uma volta ao meio social, entre povos mais educados e conhecedores da higiene, onde se tem notícias dos altos ensinamentos do Evangelho. Em muitos casos, mesmo assim muitos ainda não se interessam por estas oportunidades, por lhes faltar maturidade para tal desempenho moral.

Todavia, quando o Espírito tem certa evolução moral, mesmo renascendo em lugares e famílias desprovidas de certa educação, ele busca dentro de si, nos recursos conquistados em suas próprias experiências, o que lhe falta na vida e, ainda mais, passa a ensinar pela vida, aquilo que os que o rodeiam não têm para dar. Podemos buscar na fonte universal o suprimento para nossas carências, quando já atingimos esse preparo nas andanças pela Terra.

Certamente que, quando a criança encontra no mundo um lar que a possa instruir na moralidade, mesmo que sua natureza inferior recuse, fica alguma fragmentação desses ensinamentos na consciência, semeadas na sua intimidade, e que o futuro é capaz de revelar. Como aconteceu com os grandes personagens, nunca aprendemos de uma só vez; o aprendizado ocorre por seqüência, no silêncio da vida.

Não é culpa de ninguém quando alguma criatura não aprende a lição com mais rapidez, como acontece com certos companheiros; é por lhes faltar a ação do tempo a seu favor. Estamos todos caminhando, e os caminhos nos ofertam lições permanentes , por força da lei universal do crescimento espiritual.

Não existe um Espírito perfeitamente igual ao outro, em nenhuma circunstância e as desigualdades são marcas do tempo e do aprendizado. São inúmeros os caminhos pelos quais passamos; somos todos iguais na estrutura congênita, mas cada um de uma idade sideral, assimilando conceitos e guardando experiências na diversidade que nos traz a programação universal. Mas, na vida, como os rios, desembocamos todos no grande mar, que é Deus. O homem que já acordou para a vida espiritual pode ouvir Deus em tudo que sente, vê e toca. O tempo ensina essa ciência espiritual.

Nos Atos dos apóstolos, no capítulo quatro, versículo dezenove, lemos o seguinte, para a nossa instrução:

Mas Pedro e, João lhes responderam:

Julgai se é justo diante de Deus, ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus.

Se tudo vem do Senhor, é justo que O ouçamos, em todos os Seus canais de comunicações com os homens, e o mais viável é escutá-Lo pela nossa consciência. Se nasceste em uma família que te oferta certa educação moral, e mesmo física, não desmereças essas oportunidades; abraça-as e agradece a Deus, porque muitas criaturas sofrem a ausência desta instrução que sempre nos leva à paz interna e a grandes esperanças de viver. Quem não teve essa oportunidade não deve esmorecer, pois isto pode ter a sua causa no abuso do passado, de maneira a ensinar-te a dares valor quando encontrares de novo as lições, no que se refere à educação moral e à instrução.

Deus não tem pressa no tempo, feito por Ele mesmo, mas nunca pára para pensar, porque tudo que sai das Suas mãos já irradia perfeição em todos os seus aspectos.

 

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