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FAZER O BEM
O fazer o bem tem vários caminhos que devem ser trilhados pela alma. A
princípio, se faz o bem interessado no seu resultado, esse é o caminho de
todas as almas, em crescimento para Deus; no entanto, com a maturidade que
devemos desenvolver para tal empenho, o Espírito vai adquirindo condições
espirituais de fazer o bem sem interesse em receber de troca da vida o
mesmo bem, compreendendo que nada fica em vão na natureza. Ele sabe que se
semear, colherá, sem que seja preciso pensar na colheita.
Quem faz a caridade pensando em trocas, ainda não acendeu a luz do amor no
coração, todavia, essa luz vai se acender com o tempo e a compreensão. O
Evangelho de Jesus se encontra entrando no mundo das almas, para
ensiná-las a dirimir de uma vez por todas o interesse no produto da
benevolência. O Mestre em nós é motivo de alegria e nos dá a certeza de
que todos os processos de caridade já são o céu em nós. Não é preciso ter
interesse. Não se vende o amor, nem se compra caridade, isto é doação
divina para os corações que sofrem.
Devemos suprimir a inspiração do orgulho e do egoísmo dos nossos corações,
tornando-nos livres das paixões inferiores em todas as variedades de
entendimento, de que até a ignorância faz parte. Vamos lembrar João
novamente, no capítulo dez, versículo quinze, que registrou nestes termos
a afirmação do Mestre dos mestres:
Assim como o Pai me conhece a mim e eu conheço o Pai; e dou a minha vida
pelas ovelhas.
Devemos nos preparar para dizer: "Assim como Jesus nos conhece, conhecemos
a Jesus e devemos dar a vida pelos nossos irmãos que nos acompanham, de
modo a servi-los, de todas as formas que indica o Divino Mestre..."
Se já fazes o bem, nós te pedimos para fazê-lo desinteressadamente,
fazendo-o por amor, que esse gesto de luz traz em seu interior uma
verdadeira paz, de modo que a consciência se torna um céu, com a paz de
Deus. O progresso da alma, notar-se-á pelo bem que ela faz, por prazer em
servir, entretanto, quanto àquele que faz a caridade interessado, oremos
por ele, que um dia ele entenderá qual o seu dever com a sua própria
consciência.
Vejamos o que nos diz o Evangelho: "Dar com uma mão, sem que a outra
veja." Isso é divino, principalmente para o espírita, que já compreende o
sinal de luz do coração e que já conhece a Boa Nova em Espírito e verdade.
A caridade não pode ser um comércio, por ser ela de ordem divina.
É bom que meditemos na natureza, em todos os seus reinos, expressando a
caridade para com todos nós, sem nenhuma exigência, doando-nos a própria
vida. A erva, quando colhida para medicamentos, para aliviar o homem,
sente reações mais elevadas, mas quando a maldade impera, ela sofre na sua
dimensão; assim acontece com o animal, e com tudo que serve para nos
ajudar a viver.
Tudo no mundo se encontra em estado de doação de vida. Jesus veio até a
humanidade doando tudo de si, chegando ao sacrifício supremo, para que
pudéssemos viver mais e, ainda mais, entender a vida maior. é
indispensável que entendamos o gesto do Mestre em favor de todos nós. Quem
já entendeu o valor do bem, começou a despertar no coração a luz de Deus.
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