FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVIII

 

Questão 897 comentada

CAPÍTULO 30

0897/LE

FAZER O BEM

 

O fazer o bem tem vários caminhos que devem ser trilhados pela alma. A princípio, se faz o bem interessado no seu resultado, esse é o caminho de todas as almas, em crescimento para Deus; no entanto, com a maturidade que devemos desenvolver para tal empenho, o Espírito vai adquirindo condições espirituais de fazer o bem sem interesse em receber de troca da vida o mesmo bem, compreendendo que nada fica em vão na natureza. Ele sabe que se semear, colherá, sem que seja preciso pensar na colheita.

Quem faz a caridade pensando em trocas, ainda não acendeu a luz do amor no coração, todavia, essa luz vai se acender com o tempo e a compreensão. O Evangelho de Jesus se encontra entrando no mundo das almas, para ensiná-las a dirimir de uma vez por todas o interesse no produto da benevolência. O Mestre em nós é motivo de alegria e nos dá a certeza de que todos os processos de caridade já são o céu em nós. Não é preciso ter interesse. Não se vende o amor, nem se compra caridade, isto é doação divina para os corações que sofrem.

Devemos suprimir a inspiração do orgulho e do egoísmo dos nossos corações, tornando-nos livres das paixões inferiores em todas as variedades de entendimento, de que até a ignorância faz parte. Vamos lembrar João novamente, no capítulo dez, versículo quinze, que registrou nestes termos a afirmação do Mestre dos mestres:

Assim como o Pai me conhece a mim e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.

Devemos nos preparar para dizer: "Assim como Jesus nos conhece, conhecemos a Jesus e devemos dar a vida pelos nossos irmãos que nos acompanham, de modo a servi-los, de todas as formas que indica o Divino Mestre..."

Se já fazes o bem, nós te pedimos para fazê-lo desinteressadamente, fazendo-o por amor, que esse gesto de luz traz em seu interior uma verdadeira paz, de modo que a consciência se torna um céu, com a paz de Deus. O progresso da alma, notar-se-á pelo bem que ela faz, por prazer em servir, entretanto, quanto àquele que faz a caridade interessado, oremos por ele, que um dia ele entenderá qual o seu dever com a sua própria consciência.

Vejamos o que nos diz o Evangelho: "Dar com uma mão, sem que a outra veja." Isso é divino, principalmente para o espírita, que já compreende o sinal de luz do coração e que já conhece a Boa Nova em Espírito e verdade. A caridade não pode ser um comércio, por ser ela de ordem divina.

É bom que meditemos na natureza, em todos os seus reinos, expressando a caridade para com todos nós, sem nenhuma exigência, doando-nos a própria vida. A erva, quando colhida para medicamentos, para aliviar o homem, sente reações mais elevadas, mas quando a maldade impera, ela sofre na sua dimensão; assim acontece com o animal, e com tudo que serve para nos ajudar a viver.

Tudo no mundo se encontra em estado de doação de vida. Jesus veio até a humanidade doando tudo de si, chegando ao sacrifício supremo, para que pudéssemos viver mais e, ainda mais, entender a vida maior. é indispensável que entendamos o gesto do Mestre em favor de todos nós. Quem já entendeu o valor do bem, começou a despertar no coração a luz de Deus.

 

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