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MAIS CULPADO
O homem mais culpado, quando na Terra, é o que leva uma vida de opulência,
alimentando o egoísmo, tendo já experimentado vida de miséria, no meio dos
pobres, já sabendo, portanto, o que eles passam. Certamente, o que nasceu
no berço de ouro, não tendo compaixão dos que sofrem, igualmente responde
pela dureza de seu coração, no entanto, o outro sofre com mais intensidade
no tribunal da sua própria consciência.
Ser. rico não é ter felicidade, nem tão pouco sofrer o inferno na alma. O
ouro não pensa e não sente, apenas obedece aos sentimentos de quem o
utiliza. A riqueza é abençoada, dependendo de quem a direciona, e a
pobreza ensina a criatura a usar os bens materiais, quando os possuir.
João, no capítulo seis, versículo vinte e oito, escreveu o seguinte:
Dirigiram-se, pois, a ele, perguntando:
Que faremos para realizar as obras de Deus?
Hoje, pela ajuda da Doutrina dos Espíritos, é fácil saber o que fazer para
realizar as obras de Deus. Se fores dotado de bens materiais, não te
esqueças dos que sofrem; se a pobreza te acompanhar, faz igual à viúva
citada no Evangelho: dá com amor teu denário aos que sofrem mais.
Tudo o que fizeres com amor, esse amor irradiar-se-á para os corações na
luz da caridade. Deus é dono de tudo, e Ele não se esquece dos Seus
filhos, a quem deseja ajudar. Somos ricos, e temos riqueza com abundância.
Tu, que não desconheces os sofrimentos dos pobres, se já tens a riqueza,
faz o que estiver ao teu alcance em favor deles, que o teu coração
ocupar-se-á com a inspiração divina, tranqüilizando-se a tua consciência.
Não percas a oportunidade de servir, que a semeadura do bem te confere a
paz e a esperança do futuro.
O mais culpado dos homens, e mesmo entre os Espíritos, é aquele que
conhece e não pratica, no entanto, mesmo o que desconhece as leis,
responde pela ignorância. Procura conhecer, e conhecer mais, que pelo
conhecimento ficarás mais livre e poderás conquistar mais luz para o teu
caminho.
Para ser menos culpado, passa a viver o amor, a caridade, sempre perdoando
a todos, e que os teus gastos cativem os teus companheiros, mostrando-lhes
os verdadeiros caminhos, por onde eles poderão se libertar.
Poderás ser mais culpado, se puderes fazer o bem e esquecer a caridade.
Serás mais culpado, se tiveres oportunidade de perdoar, ignorando esse
gesto.
Serás mais culpado, se aparecerem meios de servir teus irmãos e deixares
passar esse ensejo, esfriando o coração.
Se já sofres também, esquecendo os infortúnios dos outros, serás julgado
pelo tribunal da consciência, que é implacável nos teus caminhos. Cumpre o
teu dever em todos os rumos da tua existência, amando a todos sem exigir
amor e perdoando sem exigir perdão. Não faças o bem exigindo o bem, ou
pela satisfação pessoal. Ama, e tudo te será dado por misericórdia.
A vida vê o que estás fazendo em favor dos que sofrem e isso basta para a
tua paz de coração.
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