FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVIII

 

Questão 902 comentada

CAPÍTULO 35

0902/LE

DESEJO DE RIQUEZA

 

O desejo de riqueza no ser humano é desnecessário para a sua evolução espiritual. Quando ele precisa dos bens materiais como uma prova, ou um trabalho que tenha de realizar, esse tesouro vem às suas mãos pela vontade de Deus. No entanto, necessário se faz que haja esforço próprio, porém, sem a usura de ganho, trabalhando por dever e licitamente, e quando a fortuna vier a suas mãos, é preciso saber conduzi-la nos seus verdadeiros caminhos.

Tudo, ou toda conquista, leva o traço dos sentimentos; se eles forem puros, não há agressão da consciência nos seus destinos. Quantas vezes o desejo de riquezas se encontra envolvido no egoísmo e no orgulho! Para que desejar ser rico, se tudo é de Deus? Aquele a quem Ele quiser entregar bens materiais, receba por misericórdia, como lições e como missão.

A Doutrina dos Espíritos te ensina a usar a riqueza em todos os pontos da vida, com maior aproveitamento espiritual. O primeiro passo para nos elevarmos é o desprendimento. Podes observar esse gesto, porque a riqueza nos prende na forma de usura e egoísmo, notadamente com o pensamento fixo nas coisas da Terra. Marcos assinala, no seu Evangelho, desta forma:

Que daria um homem em troca da sua alma? (Marcos, 9:37)

Que valor têm os bens do mundo, para serem trocados pelos valores do Espírito? Somente quem não conhece a vida espiritual apega-se aos bens terrenos. Eles têm grandes valores, mas quando são empregados a serviço do amor; do contrário, as conseqüências são desastrosas e nos prendem às paixões inferiores, agredindo ai consciência.

O desejo de riqueza para ajudar é mais ou menos digno pelo céu, no entanto, ainda é sentimento inferior em relação ao ambiente purificado pelo amor, porque esse desejo pode trazer oculto o interesse do conforto pessoal, ou para guardar os talentos com o egoísmo que a ignorância alimenta.

Deves desejar a luz espiritual. Como não desejar trabalho honesto, força para perdoar, fraternidade pura e caridade sem exigências? É nestas linhas que o desejo constitui força para o coração. No desejo de riqueza, em muitos casos não se tem bastante certeza se ele é puro, se em suas linhas sentimentais não existe o interesse próprio. Por trás de uma flor pode existir uma víbora à espera da invigilância.

Entrega as mãos ao trabalho sério, e pede sempre a Jesus para te abençoar, firmando-te na oração, que os Céus não desamparam a ninguém, em sentido algum. Oferta as tuas oportunidades ao Cristo interno, que a sua luz gravará na mente e no coração todos os roteiros da vida em direção a Deus.

Se o teu desejo de riqueza é de fazer o bem a ti mesmo, as tuas forças se encontram minadas pelo egoísmo, e todo o teu trabalho se acha vazio de bens imperecíveis. Deseja ser bom e parte para a bondade. Deseja ser nobre e parte para a nobreza de caráter. Deseja ser benevolente e parte para a benevolência. Deseja ser alegre e parte para a alegria pura, que os Céus não ficarão distantes do teu coração, começando a acordar dentro da tua consciência.

Certamente que não devemos cobiçar riquezas, por ser desnecessário esse ato; cobiça é sempre cobiça. Entreguemos, pois, ao Senhor, todas as nossas possibilidades de servir, para que possamos ajudar com mais eficiência, apurando cada vez mais os nossos sentimentos de amor. Desta forma, a verdade nos libertará para sempre, mostrando nossos corações ao coração da Divindade.

 

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