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PAIXÕES
As paixões em si constituem força poderosa que podem levar o homem a
grandes realizações. É bom que se saiba do valor dos princípios das
paixões, que não deixam de ser força a ativar o amor e a caridade, o bem
em todos os ângulos da vida. O que se acrescenta nelas de exagero é que as
coloca como sentimentos inferiores, tornando o homem malfeitor.
A Doutrina dos Espíritos nos leva a compreender todas as forças que podem
cercar a personalidade, dando meios às almas para compreender como usar
todas essas possibilidades benfeitoras que o bem sempre conduz. A paixão
está no excesso que a vontade delibera. O mundo e as criaturas precisam
muito de esclarecimento e, principalmente, dos ensinamentos do Evangelho,
compreendendo que, por ele, se educarão melhor todos os seus sentimentos.
O princípio das paixões, que foi colocado no homem, como origem desse
sentimento, o foi para impulsionar o bem, pela força do amor. Entretanto,
isso foi mal compreendido pela ignorância e o uso ultrapassa o que não
deveria.
É bom que observemos com mais profundidade que as paixões se desenvolveram
exageradamente em todos os setores 0da atividade humana. As religiões
fizeram-se instrumentos das paixões para adorar a Deus por variadas
formas, capazes de fazer o ser humano esquecer o próprio Criador. Jesus,
sabendo disto, disse com presteza, desta maneira registrada por João, no
capítulo quatro, versículo vinte e um:
Disse-lhe Jesus:
Mulher, podes crer-me, que a hora vem, quando nem neste monte, nem em
Jerusalém adorareis o Pai.
O Mestre cortou pela raiz a paixão dos incompreendidos, pedindo para
adorarem a Deus em Espírito e verdade, orando secretamente, na intimidade
do coração. As imagens de escultura, os deuses forjados pelos homens e os
lugares sagrados, desapareceram com Jesus, porque Ele nos mostra que o
Supremo Senhor se encontra dentro da consciência de cada um.
Se começas a apaixonar-te pelo bem, medita no amor verdadeiro; se te
apaixonares pela caridade, consulta o bom senso; se te apaixonas pelo
trabalho, busca a razão, para o equilíbrio das tuas forças. Não deixes que
as paixões atinjam a inferioridade, para que não respondas por seres
envolvido por elas, criando para os teus caminhos dificuldades maiores.
Lembra-te de que as paixões podem levar-te a grandes realizações, se elas
forem disciplinadas pelo conhecimento em Cristo. Aprende a ter conduta
reta, pois a vida é reta em todos os ângulos. Confia na natureza, que ela
evidencia corresponder a essa confiança, a cada momento.
A paixão em si não complica a nossa vida; ela nos faz mal no campo do
excesso. Apaixonemo-nos pela alegria, mas não nos deixemos tomar pelo
escândalo. A vida é harmonia e fé. Vivendo nas linhas do Cristo, teremos
uma tranqüilidade imperturbável no coração e na consciência.
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