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O EGOÍSMO
O egoísmo é verdadeiramente a chaga mais difícil de ser curada, no seio da
sociedade humana. Ele gera todas as infenondades, incompatíveis com a
justiça, o amor e a caridade. Encontra-se na profundeza das almas,
inspirando-as para todos os tipos de mal que se possa imaginar. É capaz de
mostrar o orgulho ativando muitos sentimentos que embrutecem o Espírito,
pedindo somente para si, esquecendo-se de todos os outros.
Quem deseja crescer para a espiritualidade superior, deve combater o
orgulho e o egoísmo em todas as suas rates, buscando arrancá-la na sua
profundidade. Para isso, necessário se faz usar a inteligência,
esforçando-se com a razão para descobrir onde se encontra radicado o
egoísmo e trabalhar sem esmorecer para combatê-lo.
Do egoísmo derivam todos os males da sociedade. Quando as nações do mundo
compreenderem essa verdade e passarem a fazer leis que se afastam do
egoísmo, essas nações estarão doando o melhor para os povos. Quando
falamos nestes dois antagonistas da felicidade, damos os meios de
combatê-los mas, inspirados em Jesus, que para nós é a exemplificação do
amor e da renúncia. Desta forma, esses dois inimigos dos povos não
encontram lugar para viver.
Jesus renunciou à sua vida plena de amor nos Céus, para estimular nos
homens as virtudes. Abracemos, pois, o desapego das coisas inferiores,
renunciando a tudo que não nos ajude a subir. Procurando por todos os
meios ajudar, servindo-nos de exemplos de fé, na conquista do amor,
entreguemo-nos à fraternidade, que ela nos protegerá de todos os males, em
todos os caminhos.
Em Lucas, observamos o aviso de Jesus para todos os males que o egoísmo e
o orgulho geram, no capítulo vinte, versículo quarenta e seis:
Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar, com estes talares, e muito
apreciam as saudações nas praças, as primeiras cadeiras nas sinagogas e os
primeiros lugares nos banquetes.
Daí é que nasce o egoísmo com todas as suas ramificações para a vida no
mal, que passa a matar as sementes das virtudes que devem crescer no
coração humano. Não devemos nos esquecer da humildade em todos os momentos
da vida e, em seguida, do amor, da bondade e do saber. Guardemo-nos,
igualmente, das lisonjas, que nos envaidecem. No amanhã, aqueles que hoje
nos elogiam, podem passar a apedrejar, a caluniar, violentando a nossa
mente, por não terem os valores que já possuímos. Eis o ciúme do
ignorante, processando-se no ambiente da ignorância.
O egoísmo, por mais que se lhe dê combate, ainda deixa algo de si na sua
estrutura de vida, que pode de novo nascer. Somente o amor isola essa
praga, esse inimigo terrível do coração. Não nos esqueçamos de Jesus, que
o Mestre nos ensina como livrar-nos deste inimigo, transformando-o em amor
e caridade.
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