FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIX

 

Questão 922 comentada

CAPÍTULO 04

0922/LE

FELICIDADE RELATIVA

 

Algo de felicidade na Terra existe, como marca da sua existência nos mundos venturosos, todavia, ela tem uma escala que deve ser obedecida nos caminhos humanos. Cada criatura a vê por um prisma e a sente na diversidade que a evolução ou despertamento lhe mostra.

A felicidade, com relação à vida material, são os bens terrenos, onde não falta o necessário. Em se falando da vida moral, é a tranqüilidade da consciência, aquela que não se perturba com os acontecimentos transitórios do mundo exterior.

Se queres sentir a existência da felicidade, deves cultivar a fé, que sempre tem sua base na oração, onde não podem faltar a sinceridade, a honestidade e a caridade.

A humanidade caminha para um desfecho, de modo a surgir sempre o melhor. Deus, pela presença do Cristo na Terra, sabe fazer o aproveitamento de todos os acontecimentos. A própria história nos dá exemplo disso no passado. Tudo forjado pelos homens passa a ser lições para os mesmos, sem que haja perda para ninguém. País algum destrói seu irmão.

A lei de amor nos fala pelos fatos, que colhemos tudo o que plantamos, na seqüência da lei de justiça. Não existem países subdesenvolvidos que são massacrados pelos outros de maior capacidade bélica e financeira? Cada um recebe igualmente o que merece na pauta da vida. Tudo redunda em lições que lhes compete receber, e cada um no mundo tem a sua glória com que deve ser coroado.

Não há perdas; há sempre ganho, por ter Deus onisciência do que fez e do que deverá acontecer. Não há passado, nem presente, nem futuro: o Senhor se encontra no eterno presente. Compete a todos nós estudarmos, trabalharmos e aprendermos, porque a nossa vida é a vida de Deus, irradiando-se em todas as direções.

As nossas vidas se encontram amalgamadas na vida do Todo-Poderoso. Não há condições, por enquanto, de expulsar as trevas da Terra, por existir ainda trevas dentro de cada alma. Neste sentido, podes estudar o que anotou Marcos:

Então, convocando-os Jesus, lhes disse, por meio de parábolas:

Como pode Satanás expelir a Satanás? (Marcos, 3:23)

Se o homem está cheio de trevas, como pode expulsar as trevas do mundo? Primeiramente é preciso limpar o interior para que o exterior se limpe sob as bênçãos do Senhor, Deus Todo-Poderoso. Se falamos de paz, mas não a temos, se falamos de caridade e não a praticamos, se falamos de amor e não vivemos o amor, como pode aparecer entre os homens a paz universal, a tranqüilidade de consciência?

A Doutrina dos Espíritos, na feição grandiosa de Jesus na Terra e da Sua volta majestosa, vem ajudando os homens a falar e a viver, a viver e a sentir, a sentir e a ser, a fundir-se como ovelha do rebanho do Pastor Incomparável, ouvir a Sua voz e acompanhá-Lo nos Seus caminhos, buscando a verdade e a vida.

O mundo e a humanidade podem adquirir, em breves tempos, todo o conforto material, de modo a nada lhe faltar em relação à vida física. Mas, ainda falta algo mais importante para sentir: a felicidade, que é a tranqüilidade imperturbável da consciência. é o cumprimento da lei de amor, que somente nos dará o ambiente do céu, quando passarmos a viver Deus na nossa intimidade do coração.

A felicidade cresce em cada criatura, com o seu crescimento cristão e na sua pureza original. Compete a cada um esforçar-se para arrancar o joio no momento exato, e adubar o trigo na hora certa. Aí começam a surgir, na lavoura da alma, novas esperanças quanto às promessas de Jesus, das grandes bem-aventuranças, aparecendo nos céus da alma o céu de Deus.

 

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