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DIVERSIDADE
Há no mundo diversidade em tudo que se vê, em tudo o que se sente e em
tudo o que se usa. É imprescindível, por isso, crer em uma Inteligência
Superior que comanda a tudo na extensão infinita da criação.
Não existe desarmonia na vida; pode-se dizer que a desarmonia é
psicológica, na mente ignorante dos homens. Os acontecimentos, no que diz
respeito ao mal, são para nos educar, com o objetivo de nos instruir. Não
existem erros na direção dos nossos destinos.
Quando falamos dos homens, não somente nos referimos aos encarnados, mas
também aos Espíritos ainda humanizados, envolvidos nas faixas das paixões
inferiores ou sujeitas a elas.
“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus
para convosco”. (Paulo, l Tessal., 5:18)
Devemos certamente dar graças por tudo, mas não nos esquecermos de
compreender os acontecimentos, deles tirando as lições que nos cabem
guardar no coração. A diversidade que existe em tudo é sobretudo a
Inteligência Suprema nos ajudando na posição em que nos encontramos na
pauta do tempo. Cada criatura encarnada ou desencarnada encontra-se em um
degrau e a diversidade é, pois, para atender a todos na faixa que a
evolução de cada um escolheu para viver.
Notamos, estudando as vidas das criaturas, como elas se sentem na posição
a que o seu destino as levou e nas mudanças que sempre ocorrem. Eis aí
como compreender o estado a que chegou a alma.
Quando a alma muda de vida para pior, no campo dos bens materiais, sempre
surge a revolta por lhe faltar aquilo que tinha, por vezes, com
abundância. Ela não sabe suportar as dificuldades a que muitos se
acostumaram, pelo correr de toda uma vida, e as mudanças são necessárias
para o aprendizado. Há uma variação indescritível nas criaturas, no que
elas devem passar como teste das suas qualidades.
Estamos falando mais acentuadamente com o espírita, porque ele deve
conhecer muitas leis que os outros ignoram, deve estar preparado para
suportar todas as modificações que a vida pode lhe trazer, sem revolta,
sem injuriar e sem murmurar, porque Deus sabe o que faz.
Dá graças em tudo, tirando proveito das lições que o Pai te envia. Se Deus
colocou em tuas mãos a fortuna, ela é um tesouro que deve ser bem
administrado, como utilidade para os que sofrem. Se Deus tirar das tuas
mãos essa riqueza, dá graças assim mesmo, porque Ele sabe o que fazer das
nossas vidas. Pobreza e riqueza são mutáveis, de modo que a
espiritualidade maior tem consciência do que deve ser para o nosso melhor
adiantamento.
Qualquer coisa que acontecer com a alma envolvida na carne tem uma razão
de ser, e se chegamos às raias da blasfêmia, interrompemos a lição,
complicando o nosso despertamento espiritual. As lições do Evangelho são
claras neste sentido, mandando dar graças por tudo, não escolhendo por que
dar graças.
As provações dos outros são um chamado à nossa consciência, no sentido de
os ajudarmos a carregar a sua cruz. Jesus é misericórdia e tudo fez para
aliviar o fardo dos sofredores e suavizar o jugo dos que padecem, nos
mostrando que deveremos fazer o mesmo. Sabemos da utilidade dos
sofrimentos, mas, somente Deus sabe quem precisa sofrer e manda Seus
agentes de luz para ajudar no alívio dos companheiros em provas. Nós
outros, como instrumentos do bem, recolhemos muitas lições de amor e de
como amar aos que caminham conosco.
Há, certamente, diversidade de tudo, até da própria felicidade relativa na
Terra. Ela obedece a uma escala e o que a conquista o faz pelo seu próprio
esforço. O despertamento das almas é uma lei do progresso, no entanto, é
bastante lenta. A aceleração depende dos nossos esforços no aprendizado, e
esse método Jesus ensinou com eficácia no Seu Evangelho de luz, no amor,
na caridade e no perdão, para que cresça nos nossos roteiros a verdadeira
fraternidade, em comunhão com a fraternidade universal.
Se és rico, saiba usar o ouro; se pobre, sê paciente e compreende que
mesmo na pobreza podes ser caridoso, qual a viúva diante do gazofilácio...
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