FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIX

 

Questão 924 comentada

CAPÍTULO 06

0924/LE

EVITAR O MAL

 

Esforçar-se para evitar o mal deve ser o trabalho do homem de bem. Contudo, há males que se encontram de tal maneira radicados como carma, a gritar dentro de nós e, neste caso, o mais acertado é orarmos, trabalhando honestamente e esperarmos, sem cruzar os braços, que o Cristo passe a operar em nós, ajudando-nos a carregar a nossa cruz.

Em lições anteriores, muito já falamos sobre o chamado mal, e aqui e ali são colocadas gotas de entendimento do que ouvimos do Mais Alto para que possamos compreender melhor e apaziguar a consciência. O nosso dever, diante de situações cujo recurso se encontra no tempo, é resignar-se sem revolta, porque as raízes de muitos males estão no passado que pulsa dentro da consciência, como sendo o tribunal de Deus instalado para nos ajudar na tranqüilidade imperturbável que já conquistaram os Espíritos puros.

Jesus nos pediu para orar e vigiar, no entanto, muito freqüentemente somente oramos, esquecendo a nossa parte, que é a de vigiar os nossos impulsos, por vezes inferiores. Muitos males podemos evitar dessa maneira, pois certas arestas são cortadas pela simples vigilância. Se sofremos mais, não é pelo passado: é por falta de discernimento no presente mesmo.

Se queremos progredir, cuidemos de nós mesmos sem que o egoísmo nos faça escravos e sem que o orgulho nos desoriente. As duras provações que se passam na Terra foram escolhidas pelos que provam esses testemunhos, não somente por saldar dívidas, mas como processos de despertamento espiritual.

A Doutrina dos Espíritos é completa nos seus conceitos de educação das almas e, ainda mais, completa no que se refere à instrução de todas as criaturas. A nós, é dada essa oportunidade no fechamento deste ciclo por que passa a humanidade. Ao espírita foi dado mais, e muito será pedido.

Deves e podes evitar muitos males, pela compreensão que o Espiritismo te tem dado por misericórdia de Jesus, que é a maior força que a Doutrina absorve para alimentar os homens, todos nós, em todas as faixas de vida, que viajamos neste planeta como nossa casa, à qual podemos chamar morada celestial, escola universal que nos ampara e consola, que nos educa e instrui. A Terra é, pois, um lar maior.

O Espírito de bem, encarnado ou desencarnado, quando sofre determinadas agressões dos inimigos, e que não existe saída para livrar-se no momento, tem como dever buscar consolação na consciência, onde Deus está com maior presença. Avancemos para o coração, onde Jesus se encontra com os braços abertos, nos desejando paz e trabalho. Não ficaremos nunca na inércia, por não terem solução, presentemente, os nossos problemas. Sejamos confiantes, porque a fé remove montanhas de preocupações e a oração com a vigilância fazem prodígios em quaisquer situações em que nos encontramos.

Evita-se o mal por muitos processos, porque Deus não é pobre de recursos, nem Cristo se esquece do Seu rebanho, como testemunhou entre os homens, dando a Sua própria vida na cruz, para a paz de todas as criaturas dos dois mundos.

Todas essas situações aflitivas que relatamos, podemos dizer que são enfermidades. Quer sejam físicas ou espirituais são, de certo modo, doenças curáveis e a cura de todas elas deve e vem por nossos próprios recursos pelo estímulo do Cristo em nós.

“Pois curava a muitos, de modo que todos os que padeciam de qualquer enfermidade se arrojavam a ele para o tocar”. (Marcos, 3:10)

O Mestre nos estimula para a cura verdadeira e ainda o faz em favor de todos nós, no entanto, mesmo nas curas operadas pelas divinas mãos, alguns dos que foram curados tornaram a adoecer, por faltar a sua parte. A verdadeira e permanente cura parte de dentro das próprias criaturas, mas, tornamos a afirmar, pelos canais de Jesus, nosso Mestre e Pastor. Busquemos a Ele e nos preparemos para curar a nós mesmos, limpando a consciência e estabilizando o coração na harmonia de Deus. Desta forma, estamos evitando definitivamente todo o mal.

 

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