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VOCAÇÃO NATURAL
Há grande necessidade de o Espírito seguir a sua vocação natural, aquela
que ele traz na sua consciência, determinada pelas suas necessidades
espirituais. Compete aos pais reforçarem essa vocação quando descoberta,
no sentido de que o filho caminhe com os seus próprios pés.
Quando certas circunstâncias torcem os sentimentos, tudo dá errado na vida
da alma. Se um Espírito tomou um corpo para seguir a carreira da medicina,
e por tais ou quais meios humanos vai para o campo, certamente que sofrerá
intimamente a falta do ambiente da medicina. Quando se dá o contrário, ele
fica deslocado no meio dos seus colegas. Cada qual deve, por lei maior,
situar-se em seu lugar, no sentido de que a própria consciência lhe dê o
amparo.
Cumpre salientar que Deus não deixa de ajudar jamais, mesmo aos que trocam
de posição no mundo. Tudo se confunde no amor, onde nascem lições imortais
para o celeiro da vida. O melhor é fazer qual os antigos: primeiramente,
ensinavam ao filho uma profissão, fosse esse filho da mais baixa escala da
sociedade, ou da mais alta posição social, para depois seguir o que a ele
mais interessasse na vida. Ficava, assim, a profissão simultânea à
condição de doutor para o caso de precisar colocá-la em uso, como no caso
de Saulo de Tarso, que era tecelão e doutor da lei.
A sociedade humana já descobriu que deve colocar o homem no lugar da sua
vocação natural, tanto que criou os testes vocacionais, que favorecem uma
orientação mais acertada ao jovem. A vocação, muitas vezes, se mostra
estuante interiormente, evidenciando--se exteriormente, por isso é que uns
não precisam de testes, enquanto outros buscam nele sua conscientização
para serem mais bem entendidos e sentirem mais segurança nos seus
caminhos.
O Espírito evoluído é qual o diamante jogado na lama, que nunca deixa de
ser uma pedra preciosa. Geralmente o Espírito de alta hierarquia reencarna
em meios difíceis de vida, no entanto, ele supera todas as dificuldades e
passa a atender sua vocação de estadista, de cientista, de escritor etc.,
sempre em liderança, dando aos outros o que ele veio para distribuir por
amor.
Quando a alma não tem certos recursos para estimular a si mesma na sua
vocação, a idéia dos pais tem grande influência no seu destino, e seus
genitores, se desviarem o filho da sua vocação natural, não vão desfrutar
da alegria de ver e sentir a sua felicidade, por estar ele colocado em
lugar em que não deveria. Eles sofrerão as conseqüências, no entanto, em
todos os caminhos as lições são visíveis, porque vai se cumprir a lei que
assim se expressa:
Nada se perde na escola divina.
Se um filho de um homem douto ou, mais acertadamente, de um industrial que
tem grandes possibilidades financeiras passar a fabricar tamancos por
prazer à profissão, isso não tem nada a ver com a sua posição. É uma
profissão honesta, no entanto, ele rompe os limites dessa profissão e
busca, e deve buscar, uma compatível com a sua posição social, para
completar seu avanço moral e espiritual, sentindo-se útil a si mesmo e à
sociedade. A alma elevada não se sente inferiorizada com trabalho algum,
fazendo tudo que queira, com perfeição e amor. O sol, como olho divino,
não se sente diminuído por clarear o charco, os canais de esgotos, e mesmo
as inferioridades humanas. Ele é um grande transformador cósmico, em que
tudo por ele se transforma em belezas imortais.
Quando os pais compreendem bem a missão dos filhos, é porque esses filhos
merecem essa compreensão; quando os filhos assimilam bem as orientações
certas dos pais, é porque esses pais merecem essa compreensão. Assim,
reportemo-nos mais uma vez, a Paulo:
Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para
convosco, (l Tessal., 5:18)
Estuda as grandes vidas, que verificarás que o Espírito iluminado que vem
com uma missão à Terra, nada faz com que ele perca sua direção em todas as
suas aptidões, que devem se expressar junto aos homens.
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