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DORES INCONSOLÁVEIS
As dores inconsoláveis da separação pela desencarnação, vêm pela falta da
devida compreensão. Para o espírita, isso não pode acontecer, pois ele é
consciente de que a vida continua depois do túmulo e que os chamados
mortos podem se comunicar com os vivos. Desta forma, já se estabelece
entre os dois planos de vida a consolação.
Foi neste sentido que Jesus, para ajudar a humanidade, disse e o apóstolo
João anotou, no capítulo catorze, versículo dezesseis, que enviaria outro
Consolador, para ficar conosco eternamente. Essa consolação, essa volta,
foi pela Doutrina dos Espíritos, que faculta igualmente a instrução para a
humanidade.
Quando o Espírito se encontra no mundo espiritual, ele tem saudades
igualmente dos que ficaram na Terra, mas espera-os no mundo da verdade
para se juntarem, com outros ideais e, possivelmente, retornarem juntos ao
mundo. Não há necessidade dos que ficam sentirem dores inconsoláveis; os
que sofrem com a separação, é por ignorarem todos os acontecimentos
espirituais. Se tu, que sobrevives àqueles que te são queridos, te
inquietares pela separação, cuida de ouvir que essa separação é
temporária, e o amor verdadeiro os reunirá novamente no mundo espiritual,
se a revolta não empanar teu coração.
A desencarnação é processo movimentado pela lei de renovação dos
sentimentos, e Deus deseja que assim aconteça, para que as criaturas
possam libertar-se da escravidão, principalmente dos bens materiais e do
apego às pessoas. Ninguém é de ninguém; todos somos iguais e devemos amar
acima de tudo somente Àquele que nos criou, porque amando a Deus
estaremos, por força da lei, amando aos nossos semelhantes.
Se desejas ficar mais perto dos que partiram, tem confiança em Deus e ora
por eles. Se lamentares sua partida, desprenderás do teu coração forças
negativas que podem prendê-los e fazê-los sofrer. Sendo Espírito superior,
ele é o que é, mas, mesmo assim, sente a inferioridade daqueles seus que
não compreenderam a lei de renovação da vida, da lei das trocas das vestes
físicas. A tua revolta pode te fazer ficar distante dos teus entes
queridos. Passa a alimentar a ti, Espírito, daquele alimento divino, onde
o amor é a base e a caridade o suprimento.
Disse-lhes Jesus:
A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e
realizar a sua obra. (João, 4:34)
Deves esquecer-te dos lamentos ante uma desencarnação, processo esse para
o próprio bem dos que partem e treinamento para os que ficam. Desde quando
existem encarnados na Terra, existem partidas. Por que não nos
acostumarmos com a realidade?
O alimento do Espírito é mais sutil do que o alimento do corpo, e Jesus
nos ensinou como alimentar a alma: o melhor alimento para ela é o amor.
Quem ama verdadeiramente, não blasfema, nem ignora as transformações
necessárias, das quais a natureza é o agente.
Não deves apegar-te à lembrança dos que já se foram. Certamente que não
podes esquecer a gratidão pelo que recebeste dos corações que amas, com os
quais viveste muito tempo, mas não tanto a ponto de chegar a certos
distúrbios emocionais.
Oremos por todos, que todos oram por nós.Diante da Doutrina Espírita, não
há dores inconsoláveis, porque ela é o remédio para todas as dificuldades
e todas as dores; basta recorrer a ela nas horas mais difíceis, que se
encontrará consolo.
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