0937/LE
INGRATIDÃO
A ingratidão nos teus caminhos será sempre um modo de testar teu coração
na confiança em Deus. Compete à alma não fugir do problema surgido à sua
frente, mas resolvê-lo.
Certamente que a ingratidão fere, por vezes até aos Espíritos de idéias
nobres, no entanto, eles buscam no coração e na caridade os meios de se
livrarem desse magnetismo inferior lançado pelos ingratos. por estes,
deve-se orar com sinceridade, pois, são mais sofredores e precisam da
nossa compreensão. Jesus já disse antes que eles não sabem o que fazem.
Verdadeiramente, a ingratidão é um teste para os teus sentimentos de amor
e somente o trabalho no bem comum, o amor e a caridade podem e têm o poder
de desfazê-lo, transformando-o em alegria e desejando que o ingrato
conheça a verdade. Ninguém resiste ao amor; ele é a força que transmuta o
ferro em ouro, que transforma o coração que odeia, em músculo divino que
ama verdadeiramente.
A ingratidão vem do egoísmo, como filha de tal desvio e sai por aí
ofendendo corações despreparados. Mas, quando ela encontra o amor, se
desfaz pelas bênçãos de Deus, cedendo lugar ao desprendimento, filho da
fraternidade, e a alma reconhece que somente Jesus tem o poder de guiar
Seu rebanho para o ambiente de Deus.
Não deves desejar, mas o egoísta encontrará nos seus caminhos a percorrer
corações endurecidos, pela justiça não imposta por ele, porém, pela
natureza. É lei colhermos o que semearmos.
Lembra-te dos grandes personagens que estiveram ou estão na Terra,
sofrendo as calúnias dos ingratos e que, no entanto, continuam amando a
todos eles. São felizes, por postarem-se acima do mal, das injúrias e da
maldade. Copia seu procedimento; essas almas se encontram em todas as
religiões, nas ciências e filosofias espiritualistas.
São cidadãos universais, que já não usam como capas nenhuma das condições
humanas, mas somente o amor, a caridade. As suas vidas são o Evangelho
aberto, qual a natureza a nos dizer, para tudo e para todos, da paz de
Deus. São como a chuva e o sol, o ar e a água. Não escolhem por onde
passam para fazerem o bem, sendo eles o próprio bem circulando pelos
canais do Cristo. Quando esses personagens saem do barco da carne, os
próprios inimigos os reconhecem como benfeitores da humanidade.
Saindo eles do barco, logo o povo reconheceu Jesus. (Marcos, 6:54).
O povo sempre reconhece aquele que somente trabalha para o bem comum e que
nunca exige nada para si; eis aí a alma iluminada pelo amor de Deus.
Façamos o mesmo, de modo a sermos uma fração de Cristo no coração da Terra
e nos céus de todas as almas filhas de Deus, no esquema da Luz.
Para consolo dos que são apedrejados, é bom nos lembrarmos de que Jesus,
quando andando na Terra, amando, foi injuriado, apedrejado, cuspido,
interpretado como salteador e inimigo, mas que nunca se desviou do Seu
roteiro, e para provar a certeza que Ele tinha de amar, cedeu Sua vida na
cruz, eternizando o bem e ainda perdoando a todos sem julgá-los como
malfeitores, entendendo que aqueles que O agridem não sabem o que fazem.
Não te admires de acontecer o mesmo contigo; são testes por que deves
passar, dando-te segurança por dentro, para tua missão junto aos que
ignoram a paz. Não precisas mais de recompensa, a não ser o bem que fazes
aos outros. A tua consciência responderá pelo que semeias. Se o céu, como
diz Jesus, está dentro da alma, busca esse céu do modo que a lei
determina, e sentirás a felicidade penetrar em teu coração.
A ingratidão, de certa maneira, é uma prova para a perseverança no bem e
oportunidade para o perdão, esquecendo as ofensas. Sejamos fortes em Deus
e brandos em Cristo, que o resto vem por acréscimo de misericórdia, e
quando a luz acender em nosso coração, por muito amarmos, estaremos livres
de todas as investidas daqueles que nos respondem pelo bem que fazemos
pelas ingratidões. Novamente falamos:
Eles não sabem o que fazem.
<< Voltar à Página da Questão (L.E.) <<